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Zuma assume a presidência e promete seguir os passos de Mandela

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PRETÓRIA - Jacob Zuma prestou juramento neste sábado (09/05) como presidente da África do Sul em Pretória e se tornou o quarto chefe de Estado do país desde o fim do apartheid, em uma cerimônia que teve a presença de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro do país, cujos passos ele prometeu seguir. Zuma, eleito na quarta-feira pelo Parlamento depois da vitória de seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), nas eleições gerais de 22 de abril, prometeu "proteger todos os sul-africanos e incentivar o respeito de seus direitos". Após a posse, o novo presidente prometeu seguir os passos do Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela, que assistiu a cerimônia, apesar da saúde frágil aos 90 anos. "Mandela transformou a reconciliação no tema central de seu mandato (1994-1999). Não nos afastaremos desta tarefa de construção da nação", afirmou Zuma em seu discurso. "Obrigado Madiba por ter nos mostrado o caminho", acrescentou, utilizando o nome de clã de Mandela. O presidente sul-africano, de 67 anos, prometeu ainda uma "associação para a reconstrução, o desenvolvimento e o progresso", que inclua "todos os sul-africanos, negros e brancos". O líder do ANC se tornou oficialmente neste sábado o quarto presidente da África do Sul desde o fim do apartheid em 1994. O ANC, que lutou contra o regime segregacionista, governa o país há 15 anos. Na votação de 22 abril, o partido obteve maioria absoluta no Parlamento, apesar de alguns mandatos que deixaram a desejar no combate à pobreza e à violência. Depois da cerimônia de posse, 21 salvas de canhão foram disparadas diante do edifício da União, sede do governo sul-africano. A Força Aérea da África do Sul sobrevoou os 5.000 convidados para uma exibição. Entre os quase de 30 chefes de Estado e de Governo presentes, a maioria africanos, estava o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe. Segundo as autoridades, 30.000 pessoas assistiram a posse, apesar da chuva. Zuma deve revelar no domingo a composição do gabinete, que terá duas prioridades: a luta contra a pobreza (43% da população vive com menos de dois dólares por dia) e a melhoria dos serviços públicos, muito criticados pela ineficiência. O presidente assume o governo em um momento econômico difícil, com o país a ponto de entrar em recessão. Os postos chave do governo serão os ministérios das Finanças, Educação e Saúde. Antes de chegar à presidência, o líder sul-africano sobreviveu a um julgamento por estupro, a anos de investigações por corrupção e a um duelo político que custou o cargo do então presidente Thabo Mbeki, graças a um apoio popular até agora inabalável a Zuma.