Enquanto aguarda os resultados dos exames que dirão se a gripe suína chegou ou não ao Distrito Federal, a Secretaria de Saúde treina funcionários dos hospitais regionais para atender os casos que possam surgir na capital do país. Não aparecem novos suspeitos de ter contraído o vírus H1N1 desde segunda-feira (são três pacientes com sintomas, até agora), mas o governo se prepara para ampliar a capacidade de atendimento. Na manhã de ontem, 37 técnicos de nível médio e superior dos laboratórios de hospitais da rede pública assistiram a um curso teórico e prático no Laboratório Central do DF (Lacen), onde aprenderam a maneira correta de coletar, acondicionar e transportar as amostras.
Fizeram o treinamento servidores dos hospitais regionais do Gama, Planaltina, Guará, Brazlândia, Taguatinga, Asa Sul, Asa Norte, Sobradinho, Samambaia, Guará e Ceilândia, do Hospital de Base, do Hospital Universitário de Brasília (HUB) e da Unidade de Saúde Mista de Sebastião. ;Temos o Hran (Hospital Regional da Asa Norte) como referência e, se os casos se mantiverem como parece, não será preciso usar todos os hospitais. Mas, se explodir, é bom ter mais profissionais capacitados;, afirmou Ruiter Roberto Silva, gerente de Biologia Médica do Lacen.
Os técnicos aprenderam que devem colher três amostras, uma de cada narina e uma da garganta. A coleta deve ser feita do fundo da garganta e das narinas, não da língua ou da ponta do nariz. O material deve ser guardado em um tubo e acondicionado a uma temperatura entre 2 e 8 graus. Depois, as amostras devem ser levadas ao Lacen, que as encaminhará ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para análise. O resultado fica pronto em 72 horas.
Amanhã, o Lacen dará novo curso, mais dirigido para pessoal dos hospitais particulares. Em reunião na última terça-feira, representantes do setor reclamaram que não contam com estrutura adequada para a coleta dos materiais nem para internação de possíveis infectados. A Secretaria de Saúde espera capacitar entre 35 e 40 pessoas. ;Precisamos treinar os funcionários dos hospitais particulares porque, no DF, muita gente não procura hospital público;, disse o biomédico Ruiter Silva. Os hospitais Anchieta, Santa Helena, Santa Lúcia e Santa Luzia já manifestaram interesse.