Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontraram vestígios de urânio altamente enriquecido no Egito, segundo relatório obtido com exclusividade pela Associated Press. O urânio altamente enriquecido pode ser usado para carregar ogivas nucleares. No entanto, segundo o documento, não foram encontrados indícios de que as partículas tivessem alguma conexão com esforços bélicos. A AIEA é subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU).
O Irã, país que enriquece urânio em porcentagem mais baixa, para uso como combustível nuclear, é alvo de sanções do Conselho de Segurança (CS) da ONU por causa de suspeitas de que o país poderia ter a intenção de desenvolver um programa bélico. O relatório de circulação restrita da AIEA, com data de 5 de maio, diz que os inspetores detectaram as partículas nos anos passado e retrasado em Inshas, ao norte do Cairo, onde o Egito mantém dois pequenos reatores.
Não está claro o motivo pelo qual a descoberta veio à tona agora. Marc Vidriocaire, porta-voz da AIEA, disse que a entidade não comentará o assunto. O trecho do documento que trata do episódio informa que o governo egípcio acredita que a substância tenha entrado no país em contêineres de radioisótopos, mas destaca que a AIEA continua a investigar o caso porque a fonte das partículas não foi identificada. O urânio enriquecido, seja em alta ou baixa porcentagem, pode ser usado na produção de radioisótopos, que têm aplicações científicas e medicinais.