Ainda não há nenhum caso confirmado da nova gripe no país. No Distrito Federal, há três suspeitas e um caso sendo monitorado. As quatro pessoas estão internadas no Hospital Regional da Asa Norte. "Todas as medidas necessárias de prevenção e controle estão sendo aplicadas aos pacientes, como determina o Ministério da Saúde", afirma a subsecretária de Vigilância à Saúde do DF, Disney Antezana.
No entanto, a preocupação com o vírus da Influenza A tem levado muita gente desnecessariamente aos hospitais da cidade. Isso porque os sintomas de uma gripe comum e dessa nova doença são parecidos. "Em Brasília há muitos órgãos com repartições onde trabalham estrangeiros e pessoas que viajam para países em que a gripe suína foi confirmada, então as pessoas que trabalham nesses lugares ficam preocupadas e procuram os hospitais", diz o chefe da unidade de Clínica Médica do Hospital Regional do Gama e especialista da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dr. Bruno de Paula Coutinho.
No Hospital do Gama, por exemplo, houve aumento de 30% no número de atendimentos na área de Clínica Médica em abril deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. "A simples suspeita de uma gripe já tem levado muita gente a procurar o pronto-socorro. Há pessoas que comeram carne de porco e ficam assustadas, mas é bom lembrar que se a carne for bem cozida não há problema algum para o consumo", garante Coutinho.
Ainda de acordo com o chefe da clínica médica do HRG, algumas pessoas garantem que estão gripadas e acabam sendo isoladas. "Elas ocupam um leito do hospital, ou seja,o espaço de quem está doente de verdade. Além disso, há inúmeros gastos com medicamentos e toda uma equipe é mobilizada".
O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), preparado para ser referência no tratamento da Influenza, ainda não tem os dados sobre atendimentos no mês de abril, nem o Hospital Regional da Ceilândia, um dos maiores do DF. Mas segundo alguns médicos consultados pela reportagem do Correio, a procura está maior provavelmente devido ao medo da gripe suína.
Cuidados
Em entrevista coletiva realizada no domingo (03/05), o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, disse que a população deve ficar tranquila. Ele reforçou que ninguém deve se automedicar, já que essa prática pode mascarar os sintomas da doença. Sem a prescrição médica, o uso de determinados remédios pode criar resistência no organismo humano ao medicamento específico usado para o tratamento.
Sintomas
É importante ressaltar que o aumento na procura pelos hospitais não está diretamente ligado à essa doença. "O mês de abril foi um mês de mudanças de tempo, onde choveu mais do que o normal. Com a chegada da estiagem, a tendência é que as pessoas fiquem resfriadas, o que não deve ser confundido com a gripe", diz Coutinho.
Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas que tenham febre súbita acima de 38;, tosse, dores pelo corpo e que seja procedente de áreas afetadas pelo vírus, até dez dias antes, ou que tenha tido contato com alguém infectado pela Influenza A, são consideradas casos suspeitos da doença.
A recomendação da subscretária de Vigilância à Saúde do DF, Disney Antezana, é que as pessoas que estão doentes não procurem de imediato o hospital para não superlotar as emergências. Há um sistema que funciona como uma espécie de triagem de casos a serem analisados. Para tirar qualquer dúvida prévia em relação a essa gripe, basta ligar para o número 160 ou o 3323-7461 ou ainda o 3905-4639.