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Gripe suína mata 149 no México e chega à Europa

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A gripe suína, que pode ter matado 149 pessoas no México, chegou à Europa nesta segunda-feira (27/4), com a confirmação de casos na Espanha e na Grã-Bretanha, enquanto o mundo adota medidas para evitar uma pandemia. A situação se agravou no México, centro da epidemia, onde o número de óbitos chega a 149, incluindo vários casos "ainda não confirmados", revelou o ministro da Saúde, José Ángel Cordova. Segundo o governo, do total de 1.995 pessoas internadas com suspeita de gripe suína, 776 permanecem hospitalizadas. "Estamos no auge da epidemia e o número (de casos) seguirá crescendo", estimou o ministro. Entre as medidas de prevenção, as autoridades suspenderam as aulas em todo o país até o dia 6 de maio. Depois do México, o país mais afetado pela epidemia são os Estados Unidos, onde no domingo foi declarado estado de emergência sanitária. As autoridades americanas confirmaram 40 casos de gripe suína em cinco Estados, explicando que este aumento não se deve a uma propagação da doença, mas a um melhor diagnóstico de seus sintomas. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, informou hoje que 28 alunos de uma escola Nova York foram contaminados. Os Estados Unidos vão distribuir 11 milhões de tratamentos antivirais contra a gripe suína, procedentes das reservas federais de medicamentos, informaram as autoridades sanitárias. "Liberaremos 25% das reservas (destes medicamentos) aos Estados", explicou o diretor em exercício do Centro de Controle das Enfermidades (CDC), Richard Besser, em entrevista à imprensa. Estes medicamentos estão "a caminho dos Estados mais afetados - Califórnia, Nova York e Texas, e de alguns outros", disse Besser. O diretor do CDC advertiu a população para se "preparar para a ocorrência de casos mais graves nos EUA, incluindo óbitos". Até o momento, a atual epidemia de gripe suína não matou ninguém nos Estados Unidos ou no Canadá, onde há seis casos confirmados. O presidente Barack Obama pediu calma à população, destacando que a epidemia é "motivo de preocupação", não de alarme. Os três primeros casos confirmados de gripe suína na Europa, em pessoas que visitaram o México, foram detectados na Grã-Bretanha e na Espanha. Vinte casos suspeitos estão sendo analisados na Espanha e 15 na Grã-Bretanha, com pacientes em observação em Brasil, Itália, Bélgica, Suíça, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia, Israel, Peru e Colômbia. Em Nova York, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, advertiu para uma nova pandemia: "Estamos preocupados que o vírus possa causar uma nova pandemia de gripe. Não sabemos ainda em que direção irá, mas nos preocupa saber que, no México, a maioria dos que morreram era de adultos jovens e saudáveis". A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu elevar seu nível de alerta de 3 para 4 (em uma escala até 6), o que significa "aumento significativo" do risco de pandemia da gripe suína. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) colocou suas equipes, em todo o mundo, em "estado de alerta máximo". O medo da gripe levou vários países a adotar medidas de vigilância em portos e aeroportos, e a advertir contra viagens de seus cidadãos às regiões afetadas. Vários países suspenderam as importações de carne de porco, como China, Rússia, Ucrânia, Tailândia, Indonésia e Líbano. O grupo farmacêutico suíço Novartis anunciou que a OMS lhe pediu que trabalhe no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da gripe suína, informou um porta-voz da empresa. "Estamos em contato com a OMS para desenvolver uma vacina", afirmou o porta-voz da Novartis, acrescentando, no entanto, que até o momento não foi tomada nenhuma decisão sobre o início do desenvolvimento ou produção de um medicamenteo dessa índole. "Ainda não recebemos as cepas do vírus para iniciar a fase de pesquisa", enfatizou. Para desenvolver uma vacina contra a gripe aviária é preciso um prazo de três a seis meses, recordou o porta-voz. O grupo farmacêutico suíço Roche também anunciou que está pronto para distribuir no mundo três milhões de doses de seu medicamento antiviral Tamiflu, recomendado contra o vírus da gripe suína. A Roche doou em 2006 doses do medicamento à OMS para enfrentar uma ameaça de pandemia de gripe aviária, e mantêm as mesmas à disposição da organização, armazenadas na Suíça e nos Estados Unidos. "Estamos prontos para enviar o Tamiflu assim que a OMS pedir", afirmou à AFP uma porta-voz da Roche, acrescentando que a organização confirmou que o medicamento, recomendado contra a gripe aviária também é eficaz contra o novo vírus da gripe suína do tipo A/H1N1. Além das três milhões de doses colocadas à disposição pela Roche, a OMS tem dois milhões de doses deste antiviral, sob a forma de pílula, informou o porta-voz do laboratório suíço. Dessa forma, no total, a OMS dispõe de cinco milhões de doses que permitirão tratar o mesmo número de pessoas infectadas. O grupo farmacêutico britânico GlaxoSmithKline (GSK) anunciou que entregou ao México 100.000 lotes de seu medicamento antigripal Relenza para combater a epidemia, e que está procurando aumentar urgentemente a produção desse medicamento. A empresa, cujos valores dispararam na bolsa de Londres por temor de uma pandemia, acrescentou que está procurando uma maneira de aumentar, urgentemente, a produção de Relenza. Os temores de uma pandemia de gripe derrubaram hoje as ações das companhias aéreas e de grupos turísticos e causaram a queda dos preços do petróleo, enquanto que os papéis dos laboratórios dispararam nas praças financeiras mundiais.