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Cientistas descobrem objeto celeste que recua à origem do Universo

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WASHINGTON - Uma equipe de astrônomos revelou nesta quarta-feira (22/4) a descoberta de uma enorme e misteriosa mancha de gás, que remonta às origens do Universo e poderia ser um antepassado de uma galáxia. Baseados em observações realizadas por um conjunto de telescópios, os pesquisadores calcularam que esse objeto celeste, batizado Himiko, em homenagem a uma lendária rainha japonesa, existia quando o Universo tinha cerca de 800 milhões de anos, indicou a pesquisa, que será publicada na edição de 10 de maio do Astrophysical Journal. A idade do Universo, que segundo a teoria cosmológica surgiu após o "Big Bang", é estimada em 13,7 bilhões de anos. Himiko, uma gigantesca mancha de gás, estende-se por 55.000 anos-luz, um tamanho que representa um recorde para essa era inicial. Sua enorme extensão é comparável ao raio do disco que forma a Via Láctea, nossa galáxia. A descoberta desconcerta os astrônomos. Apesar dos excelentes dados proporcionados pelos melhores telescópios do mundo, eles não estão seguros da natureza desta mancha. A imagem da Himiko, um dos objetos celestes mais distantes já descobertos até hoje, é pouco nítida, o que impede que os cientistas compreendam sua composição física. Pode se tratar de uma enorme bolha de gás ionizado, cuja energia é gerada por um buraco negro, ou pode ser uma pré-galáxia com uma enorme concentração de gás. A Himiko pode ser também o resultado da colisão de duas galáxias jovens. Outra hipótese é que seja uma única galáxia gigante com massa equivalente a 40 bilhões de vezes o nosso Sol. "Quanto mais longe observamos o espaço, mais nos remontamos no tempo", explicou Masami Ouchi, da Carnegie Institution, um instituto privado de pesquisa científica. Segundo a teoria cosmológica do "Big Bang", pequenos objetos se formaram no início da criação do Universo antes de se reagrupar para gerar maiores estruturas, disse o astrônomo. Os astrônomos já haviam identificado grandes manchas gasosas similares à Himiko vistas a uma distância de quando nosso Universo tinha de dois a três bilhões de anos.