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Clara Rojas lança livro e estende a mão para Ingrid Betancourt

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MADRI - A ex-refém colombiana Clara Rojas lançou nesta terça-feira (21/04), em Madri, seu livro "Cativa", quando se mostrou aberta a uma reconciliação com a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, com quem foi sequestrada pela guerrilha das Farc em 2002. "O canal está aberto", declarou Rojas, que no momento do sequestro, em 23 de fevereiro de 2002, era chefe de gabinete da campanha eleitoral de Ingrid Betancourt, candidata ecologista à presidência colombiana. Clara Rojas e Ingrid Betancourt se distanciaram progressivamente durante o cativeiro. É esta a impressão deixada pelos relatos do sequestro contidos nas 250 páginas do livro "Cativa", escrito por Rojas, libertada em janeiro de 2008. A ex-refém, que teve um filho quando prisioneira, confirmou esta noção em uma entrevista, na qual explicou que, baseada na expectativa que tinha na amizade com Ingrid, "eu teria gostado se ela tivesse reagido como uma irmã, talvez". A gravidez de seu filho Emmanuel, cujo parto foi, ao mesmo tempo, o momento mais dramático e mais feliz que viveu nas profundezas da selva colombiana, mostrou que a pessoa que considerava sua amiga incondicional não era quem ela havia idealizado. "Bem-vinda ao clube", foi a seca resposta de Ingrid a Rojas quando ela contou que estava grávida. Emmanuel - que na próxima quinta-feira completa cinco anos - foi fruto de uma relação consentida com um dos guerrilheiros que vigiava o cativeiro, cuja identidade ela jamais revelou ao público. Rojas se queixa não apenas da reação fria, mas também pelo "tom irônico" de sua companheira, destacando que não se tratou de "uma atitude de apoio", ao contrário do que ela esperava. "Para mim, a amizade é um valor essencial. Assim me ensinaram desde pequena", diz Rojas em seu livro. Ela conta que sabia dos riscos de viajar até o povoado de San Vicente del Caguán, no departamento de Caquetá (sul), mas que decidiu ir movida apenas pela amizade que tinha por Ingrid. "Não saberia dizer que aconteceu um fato concreto que rompeu nossa amizade, foi mais um distanciamento progressivo, causado pelas circunstâncias adversas", explica Rojas no capítulo "O desencontro", no qual indica que Betancourt tem um temperamento de acordo com o qual só é possível estar "com ela ou contra ela".