A CIA submeteu o "cérebro" dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, a 183 simulações de afogamento, ou "submarino", enquanto que outro membro da Al-Qaeda, Abu Zubaida, foi submetido a esse tipo de tortura em 83 oportunidades, segundo indica uma nota interna do Departamento de Justiça fechada em 2005.
O uso dessa técnica nos interrogatórios realizados pela CIA sobre os dois detidos é mencionado no rodapé de uma nota secreta fechada no dia 30 de maio de 2005.
O método consiste em afundar a cabeça de uma pessoa imobilizada em um recipiente com água para provocar uma sensação de asfixia.
O paquistanês Khalid Sheikh Mohammed, considerado o organizador dos atentados de 11 de setembro de 2001 e capturado em 2003, foi submetido 183 vezes durante o mês de sua prisão a essa polêmica técnica, segundo a nota do Departamento de Justiça.
Abu Zubaida, o primeiro suspeito da Al-Qaeda detido após o 11 de setembro, sofreu a simulação de afogamento pelo menos 83 vezes em agosto de 2002, segundo a mesma fonte.
O jornal New York Times, que destaca a nota em sua edição desta segunda-feira, lembra que em 2007 o ex-agente da CIA John Kiriakou indicou à imprensa que Abu Zubaida havia sido submetido ao "submarino" durante pelo menos 35 segundos antes de afirmar que estava disposto a dizer o que sabia.
A Human Rights First, organização norte-americana de defesa dos Direitos Humanos, indicou em um relatório de março de 2008 que "a utilização de provas obtidas sob tortura e o tratamiento desumano são onipresentes e sistemáticos" na prisão norte-americana de Guantánamo (Cuba).