ROMA - A Itália concordou neste domingo (19/04) em receber 140 imigrantes que estavam em um cargueiro turco que os resgatou no Mediterrâneo. A decisão encerra um impasse de quatro dias entre os italianos e Malta sobre quem ficaria com eles. O governo italiano "decidiu deixar as razões humanitárias prevalecerem", disse o ministro de Relações Exteriores, Franco Frattini. "Malta deveria ter ficado com eles", disse Frattini à emissora estatal italiana.
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores aponta que a decisão ocorreu "exclusivamente em consideração à dolorosa emergência humanitária" no cargueiro. Segundo o texto, o gesto não significa de modo algum um precedente, nem um reconhecimento das razões de Malta para recusá-los. Médicos que entraram no cargueiro encontraram imigrantes com varicela e febre alta, segundo a agência italiana Ansa.
O cargueiro Pinar, ancorado 40 km a sudoeste da pequena ilha siciliana de Lampedusa, deve desembarcar na segunda-feira em Porto Empedocle, na Sicília. Segundo a Ansa, a intenção é levar as mulheres grávidas e os doentes de bote até Lampedusa. As autoridades não divulgaram a nacionalidade dos imigrantes.
Dois imigrantes já foram levados de helicóptero até Lampedusa, na sexta-feira, por seu estado de saúde ruim. Malta insiste que os imigrantes devem ir para Lampedusa, por ser o porto mais próximo. A Itália argumenta que Malta deveria ficar com eles, pois estavam na zona de busca desse país.
Lampedusa tornou-se um ponto de chegada de imigrantes ilegais. Todos os anos, dezenas de milhares deles pagam para tentar chegar à costa italiana, em busca de uma vida melhor na Europa. Muitas vezes os barcos naufragam e barcos próximos os resgatam.