Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras, República Dominicana e São Vicente, que formam o bloco da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) consideraram "inaceitável" a declaração final que deve ser aprovada no fim da Cúpula das Américas, anunciou nesta sexta-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
O texto que sairá de Port of Spain "é inaceitável, porque não dá respostas à crise econômica mundial", afirmaram os presidentes da Alba, reunidos desde quinta-feira na cidade venezuelana de Cumaná.
Além disso, o projeto de declaração "exclui Cuba, ignorando o consenso geral existente na região para condenar as tentativas de isolamento" da ilha comunista, acrescentou Chávez, ao ler as conclusões da reunião.
Cuba é o único país do continente que não participa da Cúpula das Américas, por estar excluído da Organização dos Estados Americanos (OEA) desde 1962.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, anunciou nesta sexta-feira que está disposto a corrigir a situação e pedirá que seja anulada a resolução que exclui Cuba deste fórum, durante a assembleia geral do organismo em junho.
As conclusões da reunião da Alba foram assinadas pelos presidentes Chávez, Raúl Castro (Cuba), Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Manuel Zelaya (Honduras), e os primeiros-ministros Roosvelt Skerrit (República Dominicana) e Marc Goncalves (São Vicente e Granadinas).
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que participou como convidado, não assinou o documento.
Quinta-feira, Chávez adiantou que a Venezuela e outros países vetariam a declaração final da Cúpula das Américas, por considerá-la "totalmente descolocada no tempo e no espaço".
Antes da Cúpula das Américas, outros governantes latino-americanos também sugeriram o regresso de Cuba à OEA e afirmaram que já tinha chegado a hora de levantar o embargo.
A Alba foi criado em 2004 por Cuba e Venezuela em oposição à Área de Livre Comércio para as Américas (Alca), impulsionada por vários países latino-americanos e pelos Estados Unidos.