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Hillary considera bem-vinda a vontade de diálogo demonstrada por Raúl Castro

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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, elogiou nesta sexta-feira a "abertura" demonstrada pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, que se disse disposto a iniciar um diálogo com os Estados Unidos, desde que seja tratado de igual para igual. "Este é um sinal muito positivo. Estamos examinando a proposta com atenção", declarou Hillary durante uma entrevista coletiva em Santo Domingo, ao lado do presidente dominicano, Leonel Fernandez. Pouco depois, a ex-primeira-dama qualificou de "muito bem-vinda" a intervenção do presidente cubano. Quinta-feira, na Venezuela, Raúl Castro afirmou estar aberto a um diálogo com Washington "sobre todos os assuntos, inclusive os direitos humanos, a liberdade da imprensa, os prisioneiros políticos, e qualquer outra questão que queiram tratar". O presidente de Cuba respondia às declarações de Hillary, que conclamara o regime comunista a se democratizar e a libertar seus prisioneiros políticos para iniciar uma aproximação com Washington. O presidente americano, Barack Obama avisou que vai esperar para ver se Cuba está realmente disposta a mudar, antes de adotar novas medidas para melhorar as relações entre os dois países. Segunda-feira, Obama suprimiu as restrições às viagens de cubano-americanos a seu país de origem e às remessas de dinheiro. Em Washington, o departamento de Estado pediu a Havana que demonstre suas boas resoluções com atos concretos. "É bom que Raúl Castro elogie as medidas que tomamos, mas agora chegou a vez do governo cubano", declarou à imprensa Robert Wood, porta-voz do departamento de Estado. "O presidente Obama acaba de anunciar medidas que consideramos audaciosas", acrescentou Wood, insistindo na necessidade de democratizar a ilha comunista. "Se o governo de Cuba está interessado em um diálogo sério com Washington, deve estar atento não apenas às preocupações dos Estados Unidos e de outros países, mas também às do povo cubano", afirmou. A política americana em relação a Cuba será um dos temas principais dos debates da Cúpula das Américas, de 17 a 19 de abril em Trinidad e Tobago.