PARIS - Vários países da antiga União Soviética e algumas províncias da China registram níveis epidêmicos de tuberculose multirresistente, segundo uma análise global realizada entre 2002 e 2007 e publicada nesta quinta-feira (16/04) pela revista médica britânica The Lancet.
No total houve 9,27 milhões de novos casos de tuberculose em 2007, entre eles 1,4 milhão de soropositivos (contra 600 mil em 2006).
Segundo o estudo, dos 83 países pesquisados, os índices de multirresistência (resistência a ao menos dois medicamentos básicos) se situam entre 7% e 22% em nove países da ex-União Soviética, destacando 19% na Moldávia e 22% em Baku, capital do Azerbaijão.
Na maioria dos países ricos, como França, Grã-Bretanha, Holanda e Nova Zelândia, a frequência da tuberculose multirresistente é de no máximo de 1%. Em termos mundiais, foram detectados mais de meio milhão de casos de tuberculose multirresistente desde 2006, a metade deles na China e Índia.
As formas mais frequentes de tuberculose podem ser tratadas com medicamentos que custam 10 euros se forem diagnosticadas logo. Mas as novas cepas reforçaram a imunidade da doença aos antibióticos, impondo tratamentos que valem milhares de euros.
Por outra parte, uma forma virtualmente incurável desta doença, conhecida como "intensamente resistente", se desenvolveu em 37 países, entre eles o Azerbaijão, Estônia, Letônia e Lituânia.