Pesquisadores brasileiros foram contratados pela Força Aérea dos Estados Unidos para estudar a previsibilidade das ejeções de massa coronal (CME, na sigla em inglês), um tipo de erupção solar que interfere em sistemas de telecomunicação e de posicionamento via satélite (tipo GPS) na Terra. O projeto, que teve início no mês passado, vai monitorar o comportamento do Sol antes e depois desses eventos durante três anos, em busca de sinais característicos que permitam melhorar a previsão de quando essas erupções vão ocorrer.
O contrato foi firmado entre o Escritório de Pesquisa Científica da Força Aérea Americana e o Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAMM), em São Paulo, que venceu uma concorrência internacional para realizar o projeto, de US$ 75 mil. Segundo o coordenador do centro e especialista em física solar, Pierre Kaufmann, as CME levam de dois a três dias para atingir a Terra. Dessa forma, com base em critérios mais apurados de previsão, seria possível agir de maneira preventiva para evitar danos a satélites e redes de comunicação.
As CME são gigantescas nuvens de massa solar, carregadas de elétrons, que são lançadas no espaço a milhares de quilômetros por hora. Elas podem ser pensadas como furacões que se formam no oceano e levam alguns dias para atingir terra firme. As erupções solares ocorrem diariamente, com tamanhos e direções variadas. ;Sempre que houver uma CME, vamos rever a história de como o Sol estava se comportando naquele momento, procurando por padrões que nos permitam diagnosticar e prever melhor esses eventos;, afirma Kaufmann.