O grupo separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA) planejou assassinar o rei Juan Carlos com o lançamento de um míssil contra um avião em que o monarca viaja habitualmente, informou nesta segunda-feira (13/04) o governo espanhol. O ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, confirmou que a polícia tomou conhecimento do projeto do ETA graças a arquivos de computador interceptados em 2004. Os documentos foram encontrados quando membros do grupo foram presos na França.
"É verdade que havia um estudo teórico, que não passava disso, um estudo teórico, e portanto não havia nenhum planejamento concreto", disse Rubalcaba. "O que não tira logicamente (o motivo) para que reforcemos a vigilância. Sempre fazemos isso com todas as personalidades. E com o rei, claro.
O jornal El Correo de Bilbao, no País Basco, informou durante o fim de semana que três discos rígidos encontrados em um esconderijo do ETA na França, em 2004, demonstravam que o grupo considerava atentar com um míssil terra-ar contra o avião ou o helicóptero do rei. O diário afirmou que agentes encontraram um cartucho de míssil, sugerindo a possibilidade de que os ativistas do ETA pudessem haver realizado um teste com fogo real.
O ETA planejou o assassinato do rei Juan Carlos em várias ocasiões e em 1995 esteve perto de consegui-lo. A polícia conseguiu prender a tempo vários membros da organização basca que iam disparar com um rifle contra o monarca, enquanto ele passava férias na ilha de Mallorca. O ETA já avisou em comunicado que os membros do futuro governo basco - não nacionalista pela primeira vez em 30 anos - serão um "objetivo prioritário".
O grupo, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), assassinou mais de 825 pessoas desde finais dos anos 1960, em sua campanha por um País Basco independente da Espanha.