ÁQUILA - No início da noite, horas depois do funeral coletivo para cerca de 200 vítimas do terremoto de segunda-feira, as equipes de resgate começaram a escavar nos escombros de um prédio de apartamentos em Áquila após os cães farejadores indicarem que alguma vida possa estar sob as ruínas, disse o porta-voz da Defesa Civil, Luca Spoletini. Contudo, as autoridades alertaram contra conclusões precipitadas quanto a um possível sobrevivente.
"Vamos continuar a cavar até termos a absoluta certeza" de que não há sobreviventes, disse o comandante do Corpo de Bombeiros, Antonio Gambardella, "mas não temos ilusões". "Ouvimos um sinal, um barulho fixo, mas pode ser água, ou o barulho de um refrigerador", disse. Ou os cães podem ter sentido o odor deixado pela pessoa que já tinha sido encontrada. Gambardella disse que as equipes de busca foram informadas que uma faxineira ocasionalmente vinha para a casa e ela pode ter sido uma vítima.
Processo
Os engenheiros e geólogos disseram que prédios construídos dentro dos padrões de segurança contra terremotos não deveriam ter desabado, aumentando a possibilidade de que a legislação não tem sido seguida ou que materiais de má qualidade tenham sido usados.
O promotor de Áquila, Alfredo Rossini, disse que abriu uma investigação sobre a possível responsabilidade criminal para os colapsos dos prédios, segundo informou a agência de notícias italiana Ansa.
Bombeiros que apanhavam entulhos disseram à tevê estatal nesta noite que parte dos pilares de concreto reforçados que eles tinham removido parecia ter sido mal feita, possivelmente com areia. Em algumas construções em Áquila, ao utilizarem uma serra para cortar os pilares, eles se esfarelaram em pó, indicando que muita areia pode ter sido misturada ao cimento, disseram os bombeiros.