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Réplicas agravam a tragédia dos sobreviventes do terremoto na Itália

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As réplicas do terremoto na Itália geraram pânico nesta quinta-feira (9/4) entre os milhares de sobreviventes assentados em acampamentos provisórios, enquanto o estado prepara os funerais da Sexta-feira Santa das 278 vítimas encontradas até agora. A terra continua tremendo quatro dias depois do terremoto do abalo que devastou a região de Abruzzsos, agravando a tragédia das quase 28.000 pessoas que ficaram desabrigadas. Vários tremores, um deles de intensidade 5,2 graus na escala de Richter, assustaram durante a noite fria os habitantes de L'Aquila, uma cidade arrasada pelo movimento sísmico. Na segunda-feira (6/4), os 60.000 habitantes de L'Aquila se viram obrigados a deixar a cidade após o desabamento de quase todo o patrimônio histórico, assim como do principal hospital e da prefeitura. As condições de vida nos acampamentos são difíceis, não há água quente, os apagões são constantes e os banheiros químicos, insuficientes. Os tremores estão sendo notados até em Roma, a 100 km de distância. Durante a noite, os socorristas anunciaram que haviam recuperado outros dois corpos na Casa dos Estudantes, um prédio novo, que desabou como um castelo de cartas na madrugada de segunda-feira. As esperanças de encontrar alguém com vida sob os escombros da cidade devastada diminuem a cada hora, mas as autoridades permitiram as buscas até o domingo de Páscoa. O número de feridos chega a 1.170, com 179 em estado grave, de acordo com a contagem dos carabineiros. As duas primeiras vítimas do terremoto foram enterradas quarta-feira, uma na região afetada pelo tremor e a outra na zona vizinha de Molise. O presidente da República, Giorgio Napolitano, visitou na manhã a cidade de L'Aquila e percorreu em silêncio o corredor dos caixões de cor branca de dez crianças. Napolitano visitou também a cidade símbolo da devastação, Onna, que foi apagada do mapa e perdeu 40 de seus 400 habitantes, entre elas uma argentina e seu bebê de cinco meses. O Papa Bento XVI anunciou quarta-feira (8/4) que "assim que for possível" visitará a região, onde ainda trabalham 8.500 homens do corpo de socorro. O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, que todos os dias visita a área atingida pelo terremoto, anunciou um grande plano de reconstrução dividido em 100 projetos a cargo de 102 províncias. Segundo estimativas do governo, serão necessários ao menos 1,3 bilhão de euros para a reconstrução, que durará provavelmente vários anos.