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EUA e Paquistão pedem confiança para conter terrorismo

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ISLAMABAD - Autoridades dos Estados Unidos e do Paquistão pediram nesta terça-feira (07/04) mais confiança entre seus países para conter a Al-Qaeda e o Talibã. No entanto, o ministro paquistanês das Relações Exteriores, Shah Mahmood Qureshi, reiterou a oposição de seu governo aos ataques aéreos norte-americanos no território do país. O enviado dos EUA Richard Holbrooke e o almirante Mike Mullen visitam o Paquistão, pouco depois de o presidente Barack Obama ter anunciado planos para intensificar a guerra no Afeganistão com o envio de mais soldados norte-americanos à região e o aumento da ajuda ao Paquistão para combater militantes. Líderes paquistaneses aprovam os bilhões de dólares em assistência adicional, mas a insistência de Obama de que o dinheiro não sairá sem contrapartidas, sem "cheque em branco", irritou o governo e ressaltou a falta de confiança entre os dois lados. "Só podemos trabalhar juntos se nos respeitarmos e confiarmos um no outro", afirmou Qureshi, em entrevista coletiva. O mesmo sentimento foi compartilhado por Mullen, que afirmou estar comprometido com a melhoria da relação entre os países. "Acho que é importante procurarmos um excesso de confiança, ao invés de um déficit de confiança". O governo paquistanês cita a morte de centenas de seus soldados em batalhas contra insurgentes na fronteira com o Afeganistão como a prova de seu comprometimento. Mas autoridades dos EUA afirmam que a principal agência do serviço de inteligência do Paquistão (ISI, na sigla em inglês) ainda tem laços com alguns grupos militantes. Mullen disse a repórteres que há "desafios" relacionados ao passado da agência no que diz respeito ao apoio a militantes. "E acho importante que esse apoio acabe". Islamabad nega esse vínculo. "O Paquistão está comprometido com a eliminação do extremismo da sociedade e para tal precisa de apoio incondicional da comunidade internacional nas áreas de educação, saúde, treinamento e fornecimento de equipamentos para a luta contra o terrorismo", declarou o presidente Asif Ali Zardari, em um comunicado, após se encontrar com os enviados norte-americanos. O Paquistão enfrenta um número crescente de ataques em seu território realizados por militantes islâmicos contrários à aliança com os EUA. Muitos paquistaneses culpam a parceria pelos danos à segurança do país, sentimento inflado por partidos religiosos pró-Talibã.