ROMA - Enquanto centenas voluntários das equipes de socorro correm contra o tempo para tentar resgatar sobreviventes e retirar os corpos sem vida dos escombros de L'Aquila, a cidade do centro da Itália sacudida pelo forte terremoto que matou quase 100 pessoas, Maria Franscesco chora diante do que foi sua casa e conta à imprensa: "Vivi 20 segundos no inferno". "Minha casa desabou de repente, ficou totalmente destruída, não pude recuperar nada", lamenta.
A rua do centro da cidade medieval, conhecida por seus monumentos artísticos, parece ter sido bombardeada, com pedaços de construções e montes de terra espalhados por todo lado.
A poucos metros, os socorristas resgatam os corpos de quatro jovens do que restou da Casa do Estudante, que alojava estudantes italianos e estrangeiros que frequentam a renomada Universidade de L'Aquila. "Há três meses estamos sentindo tremores, cada vez mais fortes. Ontem foi o Apocalipse", afirma Maria.
"Às onze da noite sentimos o primeiro tremor, outro duas horas depois e então resolvemos ir para a rua, mas depois de um bom tempo, quando voltamos a entrar em casa, o prédio começou a desabar. Fugi para a rua de cuecas", conta Marco, outro morador.
Ainda abalada, a cidade começa a contar os mortos enquanto os habitantes mais assustados e os turistas, com as malas nas mãos, tentam fugir a qualquer preço da zona devastada por causa das réplicas que continuam sacudindo a região. Muitas pessoas que se abrigaram em seus carros estacionados diante de suas casa serão transferidas para abrigos ou instaladas no estádio da cidade, segundo as autoridades.
As equipes de resgate foram chamadas de toda a Itália para tentar salvar o maior número de pessoas possível. O terremoto de 6,2 graus na escala Richter no centro da Itália deixou pelo menos 92 mortos e fez 1.500 feridos até o momento, declarou à imprensa o chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, que visitou L'Aquila, capital da região de Abruzzos. "Desejo dizer uma coisa importante: pessoa alguma será abandonada a sua sorte", afirmou o chefe de Governo, referindo-se aos milhares de desabrigados.
Segundo ele ainda, a Defesa Civil informou que cerca de 50 mil pessoas já foram evacuadas da área da tragédia. Berlusconi disse que um acampamento com barracas será montado para abrigar de 16 mil a 20 mil pessoas.