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Obama defende ampliação da Otan, mas quer dialogar com Rússia

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O presidente americano, Barack Obama, manifestou, nesta quarta-feira, sua vontade de retomar as relações com a Rússia, mas também defendeu o direito de expansão da Otan, motivo de irritação para Moscou. "Minha administração busca zerar as relações com a Rússia", disse Obama, que se reuniu na Casa Branca com o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jaap de Hoop Scheffer. Mas o governo de Obama quer fazer isso de uma maneira "coerente com a necessidade de enviar a toda a Europa a mensagem clara, dizendo que nós continuaremos a manter essa convicção central, segundo a qual os países que quiserem e aspirarem a se integrar à Otan devem estar em condições de se unir à Otan", afirmou o presidente, após uma reunião preparatória para a cúpula da organização, que acontece no início de abril, na fronteira franco-alemã. Obama não citou qualquer país. Na gestão de George W. Bush, o apoio dos EUA às aspirações da Geórgia e da Ucrânia a se integrarem à Otan foi um dos grandes motivos de tensão entre Rússia, de um lado, e os EUA e a organização, de outro. Scheffer também defendeu o direito da Otan de se expandir, no momento em que as pressões exercidas pela Rússia fazem temer que o governo russo influencie diretamente as decisões de uma Aliança à qual ela não pertence. "A porta da Otan se manterá aberta a novos membros (...) se eles preencherem os critérios de adesão", frisou De Hoop Scheffer. Com a Rússia, "há muitas coisas sobre as quais não estamos de acordo, mas a Otan precisa da Rússia, e a Rússia precisa da Otan", afirmou, apelando para um reforço de cooperação. Desde que assumiu a presidência, Obama vem expressando sua vontade de "zerar" as relações com o governo russo. Obama recebeu De Hoop Scheffer alguns dias antes de sua participação na cúpula da Otan, na qual um dos grandes temas deverá ser o Afeganistão, onde tanto os EUA quanto a organização enfrentam uma insurreição que vem se fortalecendo há pelo menos dois anos. O presidente já prometeu para muito em breve o anúncio de uma nova estratégia para esse país, que incluirá o vizinho Paquistão. "É claro que esperamos os resultados dessa revisão (da estratégia anterior) em curso nos Estados Unidos, o que diz respeito, fortemente, aos outros aliados, o que diz respeito, fortemente, à Otan", acrescentou De Hoop Scheffer. Obama evocou "estreitas consultas" com os aliados dos EUA, mas não disse quando a estratégia será divulgada.