BAGDÁ - Rebeldes curdos se recusaram nesta terça-feira (24/03) a obedecer aos pedidos dos presidente do Iraque, Jalal Talabani, para que não mais confrontem a Turquia e deixem o território iraquiano. "Jalal Talabani não tem a autoridade nem a vontade para fazer prevalecer essas palavras e nós não recebemos ordens dele", afirmou o porta-voz do Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), Ahmed Deniz. "Nós estamos publicamente advertindo Talabani de que tais comentários levarão a graves consequências e muito do que foi alcançado pelos curdos será perdido".
A visita do presidente turco, Abdullah Gul, aumentou a pressão sobre o governo iraquiano para agir contra esses grupos. Talabani fez esse pedido ontem, durante entrevista coletiva conjunta com Gul. Curdo, Talabani disse que é do interesse do governo remover combatentes do PKK do território iraquiano.
O presidente iraquiano também pediu aos rebeldes que deponham suas armas. Ele já fez pedidos similares no passado e foi ignorado e o governo anunciou que não havia planos iminentes contra esses rebeldes. O governo central frequentemente denuncia o PKK como terrorista, mas está limitado em sua capacidade de agir contra os rebeldes, sediados no território semiautônomo curdo no norte iraquiano. Bagdá também sofre com a violência em outros pontos do país.
Os rebeldes do PKK lançam ataques em território turco a partir de seus bastiões no norte do Iraque. Eles lutam por um território autônomo no sudeste da Turquia desde 1984, em um conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos. A Turquia tem realizado vários ataques cruzando as fronteiras contra alvos dos rebeldes. Também pressiona Bagdá e o governo regional curdo para que ampliem os esforços contra os rebeldes curdos. As tensões aumentaram no ano passado, após rebeldes matarem mais de 20 soldados turcos em ataques em outubro.