VIENA - O austríaco Josef Fritzl, condenado na quinta-feira à prisão perpétua no julgamento pelo sequestro e estupro de sua filha durante 24 anos, parecia aliviado depois de ouvir a sentença, afirmou nesta sexta-feira (20/03) uma fonte do sistema penitenciário.
"Fritzl se mostrou aliviado e passou uma boa noite na prisão", informou Erich Huber-Günsthofer, subdiretor da prisão anexa ao tribunal de Sankt-Polten (60 km a oeste de Viena), onde aconteceu o julgamento.
Huber-Günsthofer revelou, além disso, que foram reforçadas as medidas de segurança para impedir qualquer tentativa de suicídio de Fritzl. "A prisão perpétua é um peso difícil de suportar", afirmou o subdiretor do centro penitenciário.
Fritzl, mais conhecido como "O monstro da Áustria", foi condenado na quinta-feira à prisão perpétua e internação psiquiátrica pelo estupro e sequestro da filha e também pelo assassinato de um dos sete filhos que teve com a vítima.
De costas para a imprensa, Josef Fritzl, 73 anos, não manifestou reação alguma quando o tribunal que o julgava desde segunda-feira anunciou seu veredicto.
"Lamento de todo coração, já não posso fazer nada infelizmente", declarou pouco antes ao tribunal, ao fazer uso de seu direito à última palavra.
A decisão foi tomada por unanimidade pelos oito juízes e transmitida por escrito aos três juízes do tribunal, antes do anúncio do veredicto.
Antes do anúncio da sentença, o juri havia declarado Fritzl culpado de todas as acusações: assassinato, incesto, estupro, sequestro, coerção e escravidão de sua filha, que teve sete filhos dessa relação incestuosa durante os anos em que foi mantida trancada no porão de sua casa em Amstetten (130 km a oeste de Viena).
A prisão perpétua corresponde à acusação de assassinato pela morte de um dos sete filhos. O bebê morreu dois dias depois de nascer, em 1996, por falta de cuidados médicos.