WASHINGTON - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) elaborou em 2007 um relatório confidencial no qual conclui que o tratamento infligido aos suspeitos de terrorismo nas prisões secretas da CIA constitui uma tortura, informa o jornal Washington Post.
De acordo com o Post, o documento do CICV afirma que o tratamento concedido às pessoas detidas nas prisões secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) é "cruel, desumano e degradante", e é proibido pelas convenções de Genebra.
O informe se baseia nas conclusões de dirigentes do CICV que conseguiram se reunir com detentos da CIA depois que estes foram transferidos, em 2006, para o centro de detenção de Guantánamo, na ilha de Cuba.
Os 14 detentos interrogados pela Cruz Vermelha informaram ter sofrido maus-tratos, como agressões, privação do sono, temperaturas extremas e, em alguns casos, simulação de afogamento.
O jornal informa que pelo menos cinco cópias do informe foram distribuídas a altos funcionários da CIA e da Casa Branca em 2007. Como tem que manter a neutralidade nos conflitos, o CICV proibiu a divulgação do documento ao público.
Trechos do relatório foram divulgados no domingo no New York Review of Books com data de 9 de abril, depois que um jornalista teve acesso ao documento.