JERUSALÉM - O futuro primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do Likud (direita), está trabalhando nesta segunda-feira (16/03) para a formação de uma aliança de governo restrita à ultradireita de Avigdor Lieberman, embora continue mantendo a opção de uma equipe ampliada.
"Estamos de acordo em todos os princípios e assuntos e na distribuição de ministérios e sobre a opção de um gabinete de união", disse à imprensa um deputado do Likud, Guideon Saar, após ter assinado na madrugada de segunda-feira um acordo de coalizão com Israel Beitenu, o partido de Lieberman.
Nas legislativas de 10 de fevereiro, o Likud obteve 27 cadeiras no Knesset (câmara dos deputados) e Israel Beitenu, 15 (de 120 no total).
"Não fechamos a porta a um governo ampliado e, se for formado, provocará mudanças" no acordo do Likud e de Israel Beitenu, acrescentou Saar, que supervisiona as negociações para a formação do gabinete.
Nos termos deste primeiro acordo de coalizão, o Israel Beitenu obterá o ministério das Relações Exteriores, atribuído a Lieberman, assim como os de Segurança Interna, Infraestrutura, Turismo e Integração (migração).
Em reação a esta esperada nomeação, o deputado árabe-israelense Ahmad Tibi pediu aos chefes da diplomacia europeia que não "se reúnam com este fascista que defende a expulsão dos árabes".
"Peço também á diplomacia árabe que boicote Lieberman e não se reúna, nem pública nem secretamente com Lieberman", disse Tibi.
De acordo com os prazos legais, Netanyahu tem de formar seu governo e apresentar sua posse ante o Parlamento antes de quinta-feira, caso contrário deverá pedir ao presidente israelense, Shimon Peres, que prolongue este prazo duas semanas a mais.
Netanyahu reativou a esperança de um gabinete de união ao se reunir em segredo e de forma prolongada semana passada com sua rival do Kadima (centro direita), a atual ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, que nas legislativas obteve 28 cadeiras.
Na noite de domingo, Livni reafirmou que seu partido "só se juntará a um governo com o Likud se seu programa estabelecer a necessidade de dois Estados para dois povos (Israel e Palestino) e der continuidade ao processo de paz retomada na conferência internacional de Annapolis" (Estados Unidos) celebrada em novembro de 2007. No entanto, Netanyahu rejeita a ideia de um Estado palestino.