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Protesto por permanência do menino Sean Goldman no Brasil reúne 300

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Centenas de pessoas participaram nesta manhã (15) de passeata pela orla de Copacabana até o Leblon, no Rio, pedindo a permanência no Brasil do menino Sean, de 8 anos, que vem sendo alvo de uma disputa judicial entre seu pai biológico e o padrasto. O ato, organizado por parentes e amigos das famílias da mãe, Bruna Bianchi, falecida no ano passado, e do pai adotivo da criança, o advogado João Paulo Lins e Silva, começou em frente ao Hotel Marriot onde o norte-americano David Goldman, pai biológico da criança, costuma se hospedar. A Polícia Militar estimou que o protesto reuniu cerca de 300 manifestantes, entre eles atores, advogados e empresários. Com camisas brancas e bandeiras nacionais nas mãos, os manifestantes adotaram o discurso patriótico na defesa da permanência de Sean no País. "Esperamos que a nossa Justiça proteja uma criança brasileira. Vamos provar que o Brasil é soberano. Minha irmã deve estar no céu torcendo por nós", disse Luca Bianchi, irmão de Bruna. Uma das faixas criticava a Advocacia Geral da União com a frase "A.G.U. quer expulsar criança brasileira". A pedido da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a AGU move uma ação na 16ª Vara Federal do Rio de Janeiro pedindo a restituição da criança ao pai biológico. Após constatarem que o norte-americano não estava mais hospedado no hotel, os manifestantes resolveram caminhar pela orla aos gritos de "Sean quer ficar" e "João Paulo superpai". Eles receberam apoio de populares, mas também foram ouvidos gritos de "David", em referência ao pai biológico do menino. "Era uma das melhores amigas de Bruna até ela morrer após o parto da filha com o João Paulo. Ontem (sábado), eu estive com Sean e vi que ele tenta brincar e se divertir. No entanto, está aflito com a possibilidade de deixar o País, pois, para ele, João Paulo é seu pai", disse a atriz Nívea Stelmann. A apresentadora Maria Paula disse que estava presente porque se comoveu com o caso. "Não conheço ninguém da família, mas imagino a dor de uma avó que acabou de perder a filha e está ameaçada de ficar sem o neto. O desejo do pai em se aproximar é maravilhoso, mas ele tem que conquistar o amor do menino aqui", opinou. O pai adotivo não foi ao ato. Ele foi representado pelo pai, o advogado Paulo Lins e Silva, que não deu declarações. Parentes comentaram com jornalistas que Sean teria dito durante a perícia psicológica da Justiça Federal que pretende continuar no Brasil. "Não vou de jeito nenhum. Se me obrigarem, eu quebro tudo", teria dito o menino aos peritos. Sérgio Tostes, advogado da família Lins e Silva, afirmou que os parentes brasileiros do garoto reagiram bem à menção do caso no encontro entre os presidentes Lula e Barack Obama. "Todos ficaram satisfeitos. Afinal, Lula disse que o assunto seria tratado pela Justiça brasileira e Obama aceitou", afirmou Tostes O advogado contou que Goldman visitou o filho de quinta a sábado pela manhã, mas teria cancelado encontros da tarde de sábado e no domingo. Após horas de caminhada, os manifestantes elevaram as críticas a Goldman. "Que pai é este que prefere seguir a estratégia de advogados para configurar um falso caso de sequestro e fica quatro anos sem ver o filho?", questionou a securitária Marcela Carneiro, de 35 anos. Ao final do ato, na Praia do Leblon, alguns dos participantes cantaram parte do hino nacional. Amigo da família Lins e Silva, o advogado Leonardo Pimenta, discursou e amenizou o tom das críticas ao norte-americano. "O Brasil é um país hospitaleiro e está de portas abertas para este pai reconquistar o amor do filho, mas não podemos tirar do seio familiar um menino que perdeu a mãe e tem uma irmã de seis meses que é a paixão dele. Não podemos aceitar que Sean seja tratado como uma bagagem", declarou.