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Presidente malgaxe tenta resistir à pressão da oposição

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O presidente malgaxe afirmou que não renunciará "nunca", propondo em troca um referendo para tirar Madagascar da crise política, no momento em que é acossado pelo líder opositor, Andry Rajoelina, que neste domingo apareceu em público sob proteção militar. A crescente incerteza política em Madagascar levou neste domingo a União Africana a anunciar uma reunião de urgência de seu Conselho de Paz e de Segurança para segunda-feira. Perguntado pela imprensa sobre a possibilidade de renunciar, o presidente malgache, Marc Ravalomanana, que se disse "sereno", respondeu: "Isso nunca". O chefe de Estado e sua esposa participaram neste domingo, escoltados por civis armados, de uma cerimônia religiosa com cerca de 5.000 partidários próximo ao palácio de Estado, na capital Antananarivo. Seus seguidores ergueram há alguns dias uma barricada para controlar o acesso ao palácio presidencial. "Fico no poder, não tenho medo de um referendo, se for necessário", disse Ravalomanana diante de uma multidão excitada por esta aparição pública pouco frequente. Enquanto isso, o líder opositor Rajoelina, protegido pelo Exército, que esta semana passou a apoiá-lo, participou de outra missa no centro de Antananarivo, constatou um jornalista da AFP. Reunidos na Praça 13 de Maio, ponto de encontro dos opositores, cerca de 3.000 fiéis vestidos de branco rezaram pelo "fim das trevas" nesta ilha do Oceano Índico. Rajoelina, cercado por membros de seu 'governo' designado para substituir o atual, fez um discurso breve: "O que queremos fazer hoje é nos expressar apenas com orações", disse. O líder opositor, prefeito destituído da capital, proclamou neste sábado que dirige o país e o Exército e prometeu eleições "livres e justas" em um prazo de dois anos. Seu 'gabinete' tomou no sábado as dependências do chefe de governo, abandonadas. A União Africana anunciou uma reunião de urgência do Conselho de Paz e de Segurança para segunda-feira "sobre a situação que se deteriora em Madagascar". O presidente da comissão da UA, Jean Ping, está "seriamente preocupado com a evolução da situação em Madagascar" e "manifesta seu forte pesar por não ter sido evitada a escalada da tensão", segundo um comunicado da organização, que reiterou "seu apelo às partes malgaxes para que deem mostras de contenção". Mais de cem pessoas morreram nesse conflito desde sua eclosão no dia 26 de janeiro.