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G20 está disposto a aumentar significativamente os recursos do FMI

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Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G20 reunidos neste sábado (14/03) em Horsham, no Reino Unido, entraram no acordo para aumentar "de modo significativo" os recursos do FMI (Fundo Monetário Internacional), indicou uma fonte europeia. Além disso, o comunicado que deve ser publicado à tarde ao final da reunião não deve conter apelo explícito aos países para que anunciem novos planos de estímulo econômico, mas simplesmente para que vigiem a adoção e a eficácia das medidas nacionais já adotadas, indicou a mesma fonte. "Há um acordo para dizer que diversas coisas devem avançar paralelamente, os planos de retomada e o monitoramento em tempo real de seus efeitos, o tratamento do setor financeiro, a regulação e a reforma das instituições financeiras", indicou a fonte, falando sob anonimato a jornalistas. "O comunicado insistirá principalmente sobre o que foi feito em termos orçamentário e monetário, e sua necessidade de garantir que estes planos estão sendo aplicados, e em seguida julgaremos se é preciso fazer mais, mas não haverá apelo a fazer mais esforços hoje", continuou. Sobre o FMI, que reivindica mais margens de manobra para ajudar os países com maiores dificuldades para superar a crise, "o G20 está disposto a aumentar os recursos do Fundo de modo significativo", mas o comunicado não deve fixar metas precisas. A Europa gostaria de elevar os recursos ao FMI, de 250 bilhões de dólares atualmente para 500 bilhões de dólares, enquanto os americanos devem defender 750 bilhões de dólares. Além disso, segundo a mesma fonte, os grandes financistas ainda não encontraram um terreno de entendimento sobre a questão dos paraísos fiscais, um assunto polêmico sobre o qual alguns países emergentes importantes fizeram ressalvas. "É muito complicado, ninguém está pronto", resumiu a fonte. O principal obstáculo vem da China, que parece preocupada em defender os interesses dos mercados financeiros de Hong Kong e de Macau, considerados parte das "jurisdições não cooperantes" em termos fiscais. Por fim, os países do G20 estariam de acordo para obrigar as agências de classificação de risco a se registrarem junto às autoridades de supervisão de cada país, para que suas atividades sejam controladas