CARTUM -O presidente sudanês, Omar al-Bashir, vai neste domingo à região de Darfur, na primeira visita que fará depois que a Corte Penal Internacional (CPI) emitiu uma ordem prisão contra ele por crimes de guerra e contra a humanidade.
Esta visita relâmpago à província sudanesa que é cenário de uma guerra civil desde 2003 acontece cinco dias depois que Corte Penal Internacional (CPI) emitiu contra ele a primeira ordem de prisão contra um chefe de Estado desde que o tribunal começou a funcionar em 2002. Em resposta, Al-Bashir desafiou o Ocidente, chamando de criminosos os dirigentes dos Estados Unidos e Europa e pedindo aos países africanos que deixem a CPI.
"Os verdadeiros criminosos são os líderes dos Estados Unidos e da Europa", disse Al-Bashir a dezenas de milhares de pessoas reunidas no centro da capital sudanesa em uma nova expressão de apoio popular ao chefe de Estado.
Pelo menos 13 organizações foram obrigadas a abandonar o Sudão depois da emissão da ordem de prisão e, com isso, mais de um milhão de pessoas podem passar fome no Sudão, com a morte de milhares, advertiu a ONU.
"Com a saída das ONGs, e se o governo não reconsiderar sua posição, 1,1 milhão de pessoas ficarão sem comida, 1,5 milhão ficarão sem cuidados médicos e mais de um milhão sem água potável", explicou a porta-voz do gabinete de coordenação para Assuntos Humanitários da ONU, Elizabeth Byrs.
A expulsão das ONGs de Darfur coloca em dúvida o envio de uma ajuda humanitária vital para as população desta região do oeste do Sudão em guerra civil. No total, 2,7 milhões de pessoas dependem da ajuda das organizações.