O governo de Potosí, no sul da Bolívia, abrirá um processo contra a construtora brasileira Queiroz Galvão por má execução das obras da estrada que liga dois departamentos da região, informou nesta segunda-feira um funcionário local.
O secretário-geral do governo de Potosí, Juan Carlos Cejas, revelou que "será movido um processo penal" contra a construtora brasileira, "mesmo que haja um acordo entre a ABC (a estatal boliviana de estradas) e a Queiroz Galvão".
A ABC e a Queiroz Galvão acertaram há alguns dias entregar à construtora brasileira OAS a conclusão da estrada que une os departamentos de Potosí e Tarija, com extensão total de 433 quilômetros.
Segundo o governo de Potosí, ao menos 90 km desta estrada apresentam deficiências técnicas (principalmente rachaduras).
Uma primeira queixa foi apresentada à Justiça de Tarija, 950 km ao sul de La Paz, mas o processo não foi adiante por falta de ação da promotoria.
"Este processo deve prosseguir", afirmou Cejas, destacando o interesse direto do governador de Potosí, Mario Virreira (governista).
A Queiroz Galvão acertou com a ABC a transferência das obras da estrada para a OAS, sem dar qualquer satisfação ao governo sobre os detalhes do acordo, destacou Cejas.
A estrada Potosí-Tarija teve um custo total de 226 milhões de dólares, sendo 188 milhões financiados pelo Banco do Brasil e o restante por recursos bolivianos e da Corporação Andina de Fomento (CAF).