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CIA destrói 92 vídeos de interrogatórios antiterroristas

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A CIA destruiu 92 gravações em vídeo de interrogatórios antiterroristas - um número bem mais elevado do que o admitido pela agência americana de inteligência até agora -, revelou nesta segunda-feira o procurador do governo americano, Lev Dassin, em carta dirigida ao juiz Alvin Hellerstein, encarregado do caso. O documento, datado de 2 de março, assinala: "pode-se, agora, identificar o número de fitas destruídas". E essa cifra chega a "92", acrescenta. As fitas mostravam suspeitos da Al Qaeda capturados durante a "guerra contra o terror" do governo de George W. Bush sendo submetidos ao "waterboarding", técnica de tortura conhecida como "submarino", na qual o prisioneiro é submetido a uma simulação de afogamento. No dia 6 de dezembro, o diretor da CIA, Michael Hayden, havia reconhecido que seus serviços teriam destruído, em 2005, várias fitas gravadas em 2002 mostrando os encarregados dos interrogatórios utilizando técnicas polêmicas. Nesta segunda-feira, Dassin estabeleceu um prazo até o dia 6 de março para que a CIA prepare uma relação das fitas que sobraram, com todos os registros a elas vinculados, e um cronograma para apresentar este documento à justiça, em um caso que começou em dezembro de 2007 com o processo aberto pela organização American Civil Liberties Union (Aclu). "Esta carta é mais uma prova para levar a CIA à justiça", afirmou em um comunicado Amrit Singh, advogado da Aclu. "O grande número de fitas de vídeo destruídas confirma que a agência empreendeu uma tentativa sistemática de ocultar as evidências de seus interrogatórios ilegais e se esquivar das ordens do tribunal", indicou. John Durham, procurador americano que atua no estado da Virginia, está conduzindo uma investigação criminal sobre a destruição das fitas para averiguar se a CIA agiu contra a lei.