WASHINGTON - O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, descartou nesta segunda-feira (02/03) a prática do chamado "submarino" (afogamento simulado), usada como ferramenta de interrogatório com suspeitos de terrorismo, assinalando que a mesma se trata de tortura.
"A prática do 'submarino' é tortura. Meu departamento de Justiça não vai justificar isso, não vai racionalizar isso e não vai perdoar isso", afirmou Holder em um discurso ante o Conselho Judeu de Assuntos Públicos.
"O uso e o aval da tortura não fazem parte da história da jurisprudência americana, nem dos valores americanos. Socava nossa capacidade de aplicar a justiça com imparcialidade e coloca nossos corajosos soldados em perigo se forem presos em campos de batalha no exterior".
Hoder chefia uma revisão do tratamento aplicado aos suspeitos de terrorismo. Em um dos primeiros atos de governo, o presidente Barack Obama ordenou essa revisão e o fechamento do impopular centro de detenção de Guantánamo, as prisões secretas da CIA no exterior, assim como anulou os tribunais militares de exceção para os suspeitos de terrorismo.
Mediante um decreto, Obama ordenou que todos os interrogatórios realizados pelos agentes americanos no mundo sigam estritamente o manual do Exército, que proíbe o uso do "submarino", assim como outras práticas severas de interrogatório.
Mais de 800 presos passaram pelas celas de Guantánamo desde que foi aberto, em 11 de janeiro de 2002, como um lugar para onde seriam enviados os suspeitos durante a "guerra contra o terrorismo" iniciada por George W. Bush depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.