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Facções palestinas fecham acordo 'histórico' sobre governo de união

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CAIRO - As diversas facções palestinas, entre elas o Fatah e o grupo radical islâmico Hamas, acertaram nesta quinta-feira, no Cairo, encerrar o conflito interno para obter, em março, a formação de um governo de união nacional. Os grupos palestinos se comprometeram a acabar com dois anos de divisões e enfrentamentos, geralmente fatais, e anunciaram que fixaram o objetivo de formar um governo de união no final de março. "Foram estabelecidas cinco comissões encarregadas da formação de um governo de união nacional, da reconstrução dos serviços de segurança, da reorganização da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e da preparação das eleições presidenciais e legislativas, nos prazos previstos por lei". "O trabalho das comissões começará no dia 10 de março e terminará antes do final de mês", destaca a nota lida por Ahmad Qureia, chefe da delegação do movimento Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. "Concordamos em acabar com as divisões e reconstruir as instituições, começando pela OLP e a Autoridade Palestina, sobre bases democráticas", destaca um comunicado. É um dia "histórico", disse Qureia em entrevista coletiva, ao destacar que "com o início do diálogo, viramos uma dolorosa página". Mussa Abu Marzuk, número dois do bureau político do movimento islâmico palestino Hamas, no exílio em Damasco, também qualificou de "dia histórico" a decisão, que inicia uma "página em branco" para se escrever o diálogo entre os palestinos. "O acordo será aplicado imediatamente; se formará imediatamente um governo que entrará imediata e totalmente em função na Cisjordânia e em Gaza", assinalou Marzuk. O acerto foi possível após sete horas de reunião entre cerca de 30 responsáveis palestinos, na sede dos serviços de informação egípcios em Heliópolis, na região do Cairo. A reunião antecede o encontro da comunidade internacional, no Cairo, na próxima segunda-feira, para acertar a ajuda à reconstrução de Gaza. Após uma primeira tentativa fracassada, em novembro de 2008, o Egito promove o diálogo interpalestino desde o final da ofensiva israelense a Gaza (18 de janeiro) contra o Hamas. A rivalidade entre Hamas e Fatah era aberta desde que o grupo islâmico, que venceu as legislativas no território palestino em 2006, expulsou da Faixa de Gaza os homens do Fatah, em junho de 2007.