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Oposição argentina vai à Justiça contra Néstor Kirchner

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Congressistas da oposição argentina denunciaram hoje na Justiça o ex-presidente Néstor Kirchner pelos delitos de usurpação do poder, tráfico de influências e malversação de fundos públicos. O deputado Fernando Iglesias, da Coalizão Cívica, denunciou que Kirchner, atual líder do Partido Justicialista (Peronista), "faz uso dos instrumentos do poder presidencial sem ter sido eleito para isso". Dez deputados da Coalizão Cívica fizeram a denúncia no tribunal federal de número 20, a cargo do juiz Julián Ercolini, que agora decidirá se existem elementos suficientes para iniciar uma investigação. "Quando Kirchner usa aviões do Estado, os helicópteros do Estado e a residência presidencial, além de distribuir fundos do Estado existem duas possibilidades: ou o faz como presidente da República, em cujo caso é um usurpador, ou o faz pela influência que tem sobre a presidente da nação (a esposa Cristina Fernández de Kirchner), o que neste caso seria tráfico de influências", afirmou Iglesias na saída do tribunal. A oposição defende a ideia do "duplo comando" entre o ex-presidente e sua esposa, atual presidente, e que Cristina não toma nenhuma decisão sem prévia aprovação do marido, o que já foi negado pelo casal. Kirchner está em plena campanha oficial na poderosa província de Buenos Aires, a maior e mais rica do país, para as eleições legislativas de outubro, no que será a primeira prova eleitoral para a presidente. Iglesias também acusou o ex-presidente, que governou entre 2003 e 2007, de "malversação dos fundos públicos", porque ele "se reúne com prefeitos do seu partido e distribui fundos por causa da campanha eleitoral". "O dinheiro vem dos impostos que pagam todos os argentinos e não são distribuídos de acordo com as necessidades da população", disse. No ano passado, a Coalizão Cívica denunciou Kirchner por enriquecimento e associação ilícita, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. A causa judicial está paralisada. Iglesias afirmou que desta vez, os deputados contam com "provas contundentes" para que a Justiça inicie uma investigação contra o ex-mandatário argentino.