O Conselho de Direitos Humanos da ONU, reunido em sessão extraordinária em Genebra, não conseguiu chegar a uma conclusão nesta sexta-feira (20/2) sobre o impacto da crise e estendeu as discussões até a noite da próxima segunda-feira (23/2) para tentar chegar a um compromisso.
A sessão extraordinária tinha sido convocada a pedido do Egito, em nome dos países africanos, e do Brasil, apoiados por outros 26 dos 47 países integrantes do Conselho.
"Tal como está, o projeto de resolução apresenta muitos problemas e dá pretextos para não se cumprir com as obrigações em matéria de direitos humanos", comentou um diplomata ocidental interrogado pela AFP.
O texto debatido sublinha que "a crise (teria) reduzido amplamente as capacidades dos Estados de cumprir com suas obrigações" em relação aos Direitos Humanos.
A retirada desse ponto de litígio não foi suficiente, outros aspectos do texto foram julgados "fora de propósito" por serem mais de competência das instituições financeiras internacionais.
Segundo várias fontes, a União Europeia se opôs ao projeto de resolução e ameaçou votar contra se fosse submetido à votação.
Na abertura da sessão, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navanethem Pillay, havia pedido aos Estados "incluir os Direitos Humanos" em sua resposta à crise econômica mundial.
Segundo Pillay, a crise atual "tem um impacto desproporcional" sobre as populações mais vulneráveis e "já marginalizou certos grupos da sociedade", em particular os trabalhadores imigrantes.