PEQUIM - A China ordenou a suas tropas no Tibete uma repressão a qualquer mostra de apoio ao Dalai Lama, informa a imprensa estatal, a menos de um mês do 50º aniversário da revolta tibetana contra Pequim.
Em uma conferência de líderes em Lhasa, capital do Tibete, o governo pediu às autoridades que se "mobilizassem para manter a estabilidade", afirma o jornal Tibet Daily, em um possível sinal de que a China teme distúrbios por ocasião do aniversário da revolta em 10 de março.
"A reunião pediu ao partido, governo, exército, polícia e população em todas as áreas (...) a esmagar com firmeza a agressão selvagem da camarilha do Dalai Lama, a derrotar o separatismo e a prosseguir com a guerra popular para manter a estabilidade", afirma o jornal, que não detalha eventuais medidas de segurança.
O Daily Tibet destaca ainda que a ordem pretende garantir a estabilidade por ocasião do 50º aniversário das reformas sociais introduzidas por Pequim para substituir o sistema budista liderado pelo Dalai Lama.
As reformas provocaram uma revolta popular, que explodiu em 10 de março de 1959 e foi violentamente reprimida pelas forças chinesas. O Dalai Lama teve que fugir e buscar exílio na Índia.
O governo tibetano no exílio afirma que o exército chinês matou 87.000 pessoas na repressão.