COPENHAGUE - Militares dinamarqueses enviados ao Afeganistão participaram regularmente em várias reuniões com talibãs e simpatizantes, indicou um oficial dinamarquês na edição desta segunda-feira (16/02) do jornal Jyllands-Posten.
"Mantivemos várias reuniões com chefes locais, onde os talibãs estavam representados", reconheceu o tenente coronel Bjarne Hoejgaard, ao retornar de uma missão de seis meses no país asiático.
"Não podemos prescindir disso. Temos de intensificar o diálogo e as negociações com os talibãs se quisermos paz no Afeganistão, porque não podemos eliminar o inimigo", declarou.
O oficial dinamarquês destacou que as reuniões não eram de paz. O objetivo era garantir uma maior segurança para os soldados que querem falar com os talibãs moderados.
Segundo o oficial, a maioria dos talibãs que participaram nas reuniões era formada por locais e não por combatentes estrangeiros procedentes do Paquistão. Ele afirmou, entretanto, que um ou dois combatentes estrangeiros estiveram presentes.
Hoejgaard destacou que "quanto mais talibãs locais matarmos, mais inimigos criaremos".
A Dinamarca, cujas forças estão presentes no Afeganistão há mais de sete anos, tem atualmente 700 soldados nesse país, a maioria deles na região de Helmand (sul), como parte da força sob comando da Otan.