PESHAWAR - Pelo menos 26 pessoas, em sua maioria insurgentes islamitas, morreram nesta segunda-feira (16/02) em um novo ataque com mísseis americanos nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, onde os Estados Unidos consideram que a Al-Qaeda e os talibãs reconstituíram suas forças.
"Um míssil lançado por um avião sem piloto americano destruiu um centro utilizado pelos talibãs em Bhagan, no distrito tribal de Kurram, fronteira com o Afeganistão", afirmou um oficial das forças de segurança que pediu anonimato.
O último balanço aumentou de 22 para 26 mortos mortos, principalmente combatentes islamitas, afirmaram oficiais dos serviços de segurança.
Eles citaram ainda os termos "combatentes estrangeiros" entre as vítimas, palavras utilizadas para designar insurgentes que não são paquistaneses nem afegãos, geralmente militantes da Al-Qaeda procedentes de países árabes ou da Ásia Central.
De acordo com outra fonte dos serviços de inteligência, Bhagan é uma área de campos de treinamentos talibãs paquistaneses e afegãos. Os insurgentes afegãos utilizam a localidade como retaguarda para suas operações no Afeganistão.
No sábado, outro disparo de um suposto míssil americano sobre um campo de treinamento de talibãs matou 27 insurgentes, em sua maioria combatentes estrangeiros da Al-Qaeda.
O ataque com míssil teve como objetivo um campo de treinamento do líder do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), Baitullah Mehsud, situado na cidade de Ladha (noroeste), no distrito do Waziristão Sul, segundo fontes dos serviços de segurança.
Mehsud não estava no local no momento do ataque. Dois combatentes árabes, assim como talibãs locais e uzbeques, morreram no ataque.
Mehsud, líder dos talibãs paquistaneses e ligado a Al-Qaeda, é acusado pelo governo e pelos Estados Unidos de de ter planejado o assassinato da ex-premier paquistanesa Benazir Bhutto em 2007.
Nesta região, o Exército americano e a CIA, que operam no Afeganistão, são os únicos que possuem aviões espiões sem pilotos.
Os disparos de mísseis se tornaram frequentes nos últimos meses nas zonas tribais. O Paquistão protesta publicamente a cada vez, mas tanto a imprensa americana como a paquistanesa destacam que existe um acordo tácito entre Washington e Islamabad que autoriza os ataques.