Um ano após a independência do Kosovo, no dia 17 de fevereiro de 2008, o desenvolvimento econômico e a oposição dos sérvios à nova realidade são ainda os principais desafios para as autoridades de Pristina, sua capital.
O Kosovo representa ainda o primeiro risco de instabilidade na Europa em 2009, segundo o relatório anual sobre a segurança, apresentado na quinta-feira ao Congresso dos Estados Unidos, pelo diretor da Inteligência americana, Dennis Blair.
Isso, "apesar da evolução positiva no ano passado, principalmente a declaração de independência pacífica do Kosovo, a eleição de dirigentes pró-UE na Sérvia e as propostas de adesão à Otan apresentadas à Croácia e à Albânia", diz o informe.
"Os principais desafios à estabilidade virão do estatuto político ainda indefinido da minoria sérvia do Kosovo, principalmente no norte, e o prosseguimento de uma coexistência interétnica difícil na Bósnia-Herzegovina", precisou.
Lembra que 22 dos 27 países da União Europeia (UE) reconheceram a independência do Kosovo, declarada unilateralmente, mas destaca que a Sérvia jamais a aceitou.
"Belgrado apóia abertamente as instituições paralelas servo-kosovares", diz o documento. "Isso reforçou a divisão de fato do Kosovo em um Sul de maioria albanesa e um Norte de maioria sérvia, e a frustração dos kosovares albaneses".
No que diz respeito à Bósnia-Herzegovina, "seu futuro enquanto Estado multiétnico é incerto, embora nem as violências generalizadas nem uma divisão formal sejam iminentes", segundo o relatório.
O Kosovo é território disputado na península balcânica que corresponderia, mais ou menos, à região conhecida como Dardânia na Antiguidade. Fez parte dos impérios Romano, Bizantino, Búlgaro, Sérvio e Otomano e, no século XX, passou às mãos do Reino da Sérvia, do Império Italiano e da Iugoslávia. Após a falha das negociações internacionais para atingir um consenso sobre o estado constititucional aceitável, o governo provisório de Kosovo declarou-se unilateralmente um país independente da Sérvia em 17 de Fevereiro de 2008, sendo reconhecido no dia seguinte pelos Estados Unidos e alguns países europeus, como a França e a Alemanha; porém, o país ainda é reivindicado pela Sérvia.
A maior parte da população do Kosovo é de origem albanesa. Existe uma minoria sérvia que representa aproximadamente 5% da população kosovar.
O presidente da nova república é Fatmir Sejdiu, do partido LDK (Lidhja Demokratike e Kosovës, "Liga Democrática do Kosovo"). O primeiro-ministro é Hashim Thaçi.