Um acordo entre o Hamas e Israel para levar calma à instável Faixa de Gaza pode ser anunciado nos próximos dias, segundo funcionários do grupo militante palestino. Porém um tiroteio na fronteira hoje põe em dúvida um cessar-fogo informal entre os dois lados. Dois foguetes foram lançados por militantes de Gaza, caindo perto de uma granja na cidade de Sderot, segundo os militares israelenses. Não houve feridos e nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
Horas depois, segundo funcionários de segurança palestinos, um ataque aéreo israelense matou um homem e feriu outro gravemente perto de Khan Younis, em Gaza. O morto era membro do pequeno e violento grupo Comitês da Resistência Popular. Os militares israelenses confirmaram o ataque e disseram que os homens planejavam atacar Israel.
Na cidade de Hebron, na Cisjordânia, funcionários do hospital local afirmaram que um adolescente morreu baleado por israelenses durante um choque entre soldados e jovens palestinos que os apedrejavam. Os médicos identificaram a vítima como Izzadine Jamal, de 14 anos, e disseram não saber se ele estava no grupo de jovens. O Exército de Israel disse que um grupo de palestinos apedrejou uma torre da guarda militar perto de um assentamento israelense e um soldado disparou contra o líder deles.
Hebron, a maior cidade da Cisjordânia, está dividida entre zonas de controle de israelenses e palestinos e os choques ali são frequentes. Aproximadamente 500 colonos judeus vivem ali, entre 170 mil palestinos. O disparo de foguetes e os tiroteios na fronteira de Israel com Gaza ocorrem desde o fim da devastadora ofensiva israelense contra o Hamas, em Gaza. Israel interrompeu a ação militar de 22 dias em 18 de janeiro e o Hamas também declarou um cessar-fogo no mesmo dia.
Os incidentes desta sexta-feira ocorrem enquanto funcionários do Hamas anteciparam bons resultados nas conversações no Cairo sobre uma trégua de longa duração. Uma delegação do Hamas está na capital egípcia e um enviado israelense vai periodicamente até o Cairo para tratar do tema. O Egito media a questão, pois os dois lados não negociam diretamente.