Os talibãs libertaram nesta quarta-feira os 30 soldados e policias sequestrados durante a manhã no noroeste do Paquistão, onde o exército enfrentam os milicianos islamitas ligados aos talibãs afegãos e à rede Al-Qaeda.
Os rebeldes talibãs, antes de libertar os reféns, os obrigaram a renunciar a seu trabalho em troca de liberdade, aplicando assim golpe ao exército que tenta retomar o controle do vale de Swat.
Um porta-voz talibã confirmou depois por telefone à AFP a libertação dos reféns sob certas condições, as quais não especificou.
"Eles deram garantias aos talibãs que deixarão seu trabalho e não tomarão parte em nenhum atividade contra os talibãs", declarou, por sua vez, um funcionário da segurança a AFP.
Milhares de talibãs cercaram na terça-feira um posto policial em Shomozai, um vale himalaio que já foi a atração turística mais visitada do Paquistão.
Os policiais foram feitos prisioneiros após uma batalha de 24 horas.
O Exército, que executa uma vasta ofensiva na região, compareceu em ajuda aos policiais e conseguiu romper o cerco ao posto durante a noite de terça-feira.
No entanto, os talibãs aproveitaram uma pausa nos combates noturnos para invadir o local e sequestraram 30 policiais, antes de explodir o posto com dinamite.
Os islamitas também se apoderaram de armas e veículos policiais, nos quais levaram os reféns para o vizinho povoado de Cabal.
Há dois anos, Swat era a joia turística do Paquistão, mas, em meados de 2007, mergulhou no caos por causa de uma campanha de ataques desencadeada pelo clérigo radical Maulana Fazlula para impor a "sharia" na região, causando, além disso, a fuga de milhares de habitantes da zona.
Nas últimas semanas o Exército intensificou os combates contra os talibãs paquistaneses do mulá Fazlullah, ligado aos talibãs afegãos e a Al-Qaeda.