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Sete países da antiga URSS aprovam criação de unidades armadas conjuntas

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MOSCOU - Os sete países da antiga União Soviética que integram a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (ODKB) aprovaram nesta quarta-feira (04/02) em Moscou a criação de "forças armadas coletivas de reação", que terão como base a Rússia, para responder a eventuais ameaças externas. O acordo foi assinado pelos presidentes dos sete Estados membros da ODKB: Rússia, Armênia, Belarus, Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Quirguistão. "Concordamos com a necessidade de formar forças unificadas", declarou à agência russa Interfax o presidente russo, Dmitri Medvedev, antes de afirmar que as unidades permitirão "uma reação operacional às ameaças". "As forças coletivas terão um comando conjunto e estarão baseadas de forma permanente em território russo", afirmou o conselheiro do presidente russo Serguei Prijodko. A composição das unidades conjuntas e os detalhes sobre o comando unificado ainda não foram comunicados à imprensa. Segundo Prijodko, a Rússia deseja incluir nas forças duas unidades de paraquedistas, que serão posicionadas nas regiões de Ivanovo e Ulianovsk (Volga). "O acordo para as forças conjuntas deve reforçar a importância da organização como agente de estabilização no espaço da antiga URSS", destacou. O Uzbequistão, que mantém uma relação difícil com alguns outros países membros da ODKB, assinou o acordo, mas pediu o benefício de exceções, segundo o presidente armênio Serge Sarkissian. O acordo foi concluído no momento em que a Rússia busca reforçar sua influência nas antigas repúblicas soviéticas, em particular no setor chave da defesa. Depois da queda da antiga URSS, no fim de 1991, os Estados Unidos reforçaram suas posições nos países do Cáucaso e da Ásia Central. Neste contexto, o governo do Quirguistão também decidiu nesta quarta-feira fechar uma base aérea dos Estados Unidos nesta antiga república soviética da Ásia Central, de vital importância para as forças da Otan no Afeganistão. Como a Rússia desejava, o governo aprovou o fechamento da base de Manas, na periferia de Biskek, e enviou ao Parlamento um projeto de lei nesse sentido, indicou o porta-voz Marat Kidiraliev. O presidente quirguiz, Kurmanbek Bakiyev, já havia afirmado na terça-feira, em Moscou, que seu governo decidira fechar a base de Manas, cuja existência neste território soviético contrariava profundamente a Rússia. Minutos antes, o Kremlin havia concedido um crédito de dois bilhões de dólares a seu país.