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Escândalo atinge presidente do Equador antes da campanha pela reeleição

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A investigação de um caso de tráfico de drogas tirou da corrida eleitoral um ex-ministro e homem forte do governo equatoriano, bem no início da campanha pela reeleição do presidente, Rafael Correa. O ex-titular do ministério de Segurança, Gustavo Larrea, desistiu de sua candidatura à Assembléia Nacional (Congresso) na segunda-feira (02/02), encurralado por um escândalo que começa a vir à tona. Larrea se afastou da disputa em conseqüência da suposta ligação de um de seus assessores, Ignacio Chauvín - que também possui um cargo no governo -, com uma rede de tráfico de drogas, que, ao que tudo indica, exportava drogas com o apoio da guerrilha colombiana das Farc. Apesar dos esforços para evitar danos à imagem do governo, o tema já é o centro das atenções de sua campanha, que começa oficialmente na quinta-feira (05/02), quando acaba o prazo para a inscrição das candidaturas à presidência. As eleições estão marcadas para o dia 26 de abril. "Isso é um assassinato de imagem. Há setores interessados, não em prejudicar minha imagem, mas sim a gestão do governo", declarou Larrea, citado pela imprensa como a primeira vítima política do caso dos irmãos Ostaiza, investigados por contrabando de drogas. O ex-ministro - que é apontado pela Colômbia como suposto contato das Farc no Equador durante uma crise diplomática entre os dois países envolvendo o grupo guerrilheiro - deixou implícito que continuará trabalhando em sua campanha, embora com uma atuação mais discreta. A oposição, que ainda não definiu as chapas que disputarão com Correa nas eleições, assumiu a linha de frente dos ataques contra o presidente. "É um assunto muito grave, que deve ser investigado com profundidade, e será muito mais grave ainda se for comprovado o financiamento (com dinheiro do narcotráfico) das campanhas do Movimento País (presidido por Correa)", disse a pré-candidata de esquerda Martha Roldós. Essas suposições têm sido ventiladas por Fernando Balda, ex-militante governista e atual membro da oposição, que afirmou dispor de uma gravação na qual o ex-colaborador de Larrea fala sobre a intenção dos irmãos Ostaiza de doar dinheiro para a campanha do presidente em 2006. "Levarei a gravação ao Ministério Público como princípio de prova, para que sejam iniciadas as investigações correspondentes e possamos esclarecer a verdade", indicou Balda à imprensa. Correa, por sua vez, questionou publicamente a polícia, por não ter capturado ainda o ex-assessor de seu ministro. Segundo o jornal El Comercio, foi ele quem decidiu tirar Larrea da campanha. Nesta terça-feira (03/02), o governo disse que a decisão de Larrea ao abandonar a corrida eleitoral foi um gesto "sensível, com a intenção de preservar o governo", e impedir que o caso possa ser usado por "aqueles que buscam, de qualquer maneira, afetar" Correa, estimou César Rodríguez, vice-presidente do Legislativo.