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Terça-feira, 20 de janeiro: o 'ciberpresidente' Obama inicia seu mandato

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WASHINGTON - Terça-feira, 20 de janeiro, às 12h01 de Washington (15h01 de Brasília), Barack Obama iniciará seu mandato como 44º presidente dos Estados Unidos, com a imagem de um representante que está permanentemente em conexão com os internautas, convidados a dar opiniões e conselhos à equipe no poder. Assim que prestar juramento, sua equipe de "webmasters" assumirá o comando do site da Casa Branca, o , aplicando na administração as receitas recebidas pelo candidato democrata durante a campanha presidencial. "A Casa Branca vai se tornar um lugar apaixonante", comentou Macon Phillips, diretor de novas mídias na equipe de transição de Barack Obama. "Desde à votação em 4 de novembro, a equipe de transição vem estudando a administração para ver como podemos abri-la e associá-la aos cidadãos", explicou. Assim que assumir o poder, a meta será "continuar no mesmo espírito, a mesma participação e a energia que foram essenciais para a campanha". Esta receita de democracia on-line já está em ação no site da equipe de transição, no , no qual os internautas são convidados a compartilhar suas idéias sobre o futuro do país e avaliar as dos outros. "As idéia mais cotadas serão reunidas após a posse num relatório, como os que o presidente recebe todos os dias de seus especialistas e conselheiros", explicou o Change.gov. Com o título "sua cadeira na mesa de discussões", o site publica também o conteúdo das conversas entre a equipe de transição e associações, que permitem aos internautas fazer seus comentários. A equipe Obama também enviou questionários às 10 milhões de pessoas inscritas em sua lista de envio de emails para saber o que o presidente deve fazer assim que chegar ao Salão Oval. O site recebeu meio milhão de respostas para um deles. "A democracia on-line pode no entanto ter dificuldades de se impor à burocracia", comentou Simon Rosenberg, presidente do centro de reflexão NDN, que acredita que Barack Obama vai usar o site para avaliar os resultados de sua administração. "Ele vai ter concorrência na administração", disse. "Na reunião de segunda-feira cedo, os ministros vão comparar quantas vezes aparecem no YouTube e quantos comentários receberam em seu blog", brincou. Os eleitos do Congresso podem também se sentir pressionados a medida que o eleitorado usa o computador para contestar eventualmente as posições dos parlamentares e apoiar o programa de reformas de Obama. "Os 25 parlamentares hostis à reforma do seguro-saúde preparada por Obama podem se deparar de uma só vez com até 30 milhões de americano", indicou Joe Trippi, diretor de campanha em 2004 do candidato à posse democrata Howard Dean, primeiro nos EUA a ter usado a internet como ferramenta política para a presidencial. "Eles vão se queimar", disse.