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Chanceler de Israel diz que ofensiva militar está a favor da paz

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A vice-premiê e chanceler de Israel, Tzipi Livni, afirmou nesta sexta-feira (16/01) que a ofensiva militar do país na faixa de Gaza contra o grupo islâmico Hamas "não está contra o processo de paz" no Oriente Médio, mas a favor. Neste sábado, o gabinete de Segurança de Israel se reunirá para decidir se aceita a proposta egípcia de uma trégua em Gaza, território palestino sob ataque israelense desde o dia 27 de dezembro. A ofensiva do Exército de Israel já matou cerca de 1.100 palestinos, grande parte deles, civis. Do lado israelense, foram 13 mortes - três civis e dez militares. Destes, quatro morreram em ataques de foguetes lançados pelo Hamas a partir de Gaza. O objetivo declarado da ofensiva israelense é eliminar a capacidade do grupo islâmico de atacar as cidades do sul de Israel com foguetes. "O que estamos fazendo agora na faixa de Gaza não vai contra o processo de paz, mas a favor", disse Livni em entrevista coletiva após assinar um memorando de entendimento entre Israel e Estados Unidos para fechar acordo com Israel para cortar suprimento de armas do Hamas. Com o memorando, os dois países pretendem deter o contrabando de armas para Gaza e impedir o rearmamento do Hamas como condição prévia e imprescindível para um cessar-fogo durável e sustentável. Processo de paz "Só conseguiremos alcançar a paz com aqueles que entendem e compartilham nossa visão (sobre a solução de dois Estados), na qual dois povos convivem em paz e segurança. E o Hamas não faz parte disso", disse a ministra israelense. O grupo islâmico não reconhece a existência do Estado de Israel e prega sua destruição. Em uma coletiva tensa, com várias interrupções realizadas pelo moderador e por jornalistas --um deles a chamou de terrorista--, Livni reiterou que a ofensiva militar "não tem a ver com o conflito palestino-israelense", mas com a necessidade de "lutar contra o terrorismo". "A região está dividida em duas partes, a dos moderados e a dos extremistas", e a esta última pertence o Hamas, que é apoiado por Irã e Síria, disse a chanceler. "Para poder fortalecer os moderados e governos legítimos, temos de enfraquecer os outros, e isso não suspende o processo de paz, mas ajuda os moderados", acrescentou. Sobre as mais de mil mortes na operação militar em Gaza, Livni disse que o Exército israelense "tenta evitar todas as mortes", e defendeu que seu país está agindo "não somente de acordo com a lei internacional, mas também de acordo com seus valores". A ministra israelense afirmou que há uma "grande diferença" legal e moral entre alguém que "mata deliberadamente, um assassino, e alguém que mata por erro".