Um guindaste gigante e uma barcaça foram usados hoje para retirar o Airbus A320 da US Airways do rio Hudson, um dia depois de o piloto da aeronave ter feito um pouso forçado e salvado a vida das 155 pessoas a bordo. Um grupo de 20 funcionários da Comissão Nacional de Segurança nos Transportes investiga o acidente, aparentemente causado por pássaros que se chocaram contra a aeronave. Os funcionários federais irão agora concentrar-se na recuperação da caixa-preta do avião e em depoimentos da tripulação. O Airbus A320, construído em 1999, está num píer ao sul de Manhattan.
O piloto Chesley B. "Sully'' Sullenberger III e o copiloto Jeff Skiles, tornaram-se heróis por terem impedido um acidente com vítimas. Sullenberger, de 57 anos, é ex-piloto da Força Aérea norte-americana e trabalha como piloto da US Airways há 29 anos.
O executivo-chefe da US Airways, Doug Parker, disse em comunicado que é "prematuro especular sobre a causa do acidente". A porta-voz da Administração Federal de Aviação, Laura Brown, disse que não há indicações, até agora, de que o fato não tenha sido "nada mais do que um acidente".
O Airbus A320 da US Airways que ia para Charlotte, Carolina do Norte, decolou do aeroporto de LaGuardia às 15h26 (horário local 12h26 de Brasília). Menos de um minuto depois da decolagem, o piloto disse ter sofrido "dupla colisão com pássaros" e que precisava voltar a LaGuardia, disse Doug Church, porta-voz da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo.
Pouso - Após o pouso no rio, os 150 passageiros e cinco tripulantes tiveram de deixar rapidamente a aeronave, que ficou submersa até a altura das janelas, nas águas do rio que estavam a 2º Celsius. Dezenas de pessoas esperaram nas asas do avião sob uma temperatura de -7º Celsius, um dos dias mais frios do inverno, até serem resgatadas. Os paramédicos cuidaram de pelo menos 78 pessoas, a maioria delas com hipotermia, arranhões e outros pequenos ferimentos, segundo bombeiros.
O avião afundou devagar, na medida em que era levado pela correnteza do rio. Segundo o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, a aeronave afundou nas proximidades do Battery Park, sul de Manhattan, a cerca de 6 quilômetros e meio de onde foi pousado pelo piloto.
No período entre 1990 e 2007, cerca de 80 mil incidentes envolvendo pássaros e aeronaves não-militares foram registrados, segundo dados da Administração Federal de Aviação e do Departamento de Agricultura.