NOVA DÉLHI - O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, acusou nesta terça-feira (06/01) agências oficiais do Paquistão de terem apoiado os atentados cometidos em Mumbai no mês de novembro, além de ter afirmado que Islamabad utiliza o terrorismo como instrumento nas relações com a Índia.
"Há provas suficientes para mostrar que, dada a sofisticação e a precisão militar dos ataques de Mumbai, tiveram o apoio de certas agências oficiais do Paquistão", afirmou Singh.
O chefe de Governo indiano também acusou o Paquistão de "utilizar o terrorismo como um instrumento de sua política de Estado", antes de reiterar que o país recebeu e apoiou no passado insurgentes hostis a Índia.
O tom elevado das acusações veio um dia depois de Nova Délhi ter entregue a Islamabad um dossiê com "provas" do envolvimento de "elementos paquistaneses" nos atentados de Mumbai, além de ter denunciado a provável cumplicidade de autoridades do Paquistão.
Índia, Estados Unidos e Grã-Bretanha atribuíram os atentados de Mumbai - de 26 a 29 de novembro, com um saldo de 172 mortos - ao Lashkar-e-Taiba (LeT), um grupo islamita armado clandestino paquistanês.
O movimento, que negou envolvimento nos ataques, teria treinado o comando formado por 10 terroristas, todos paquistaneses, com o apoio de "elementos" do regime paquistanês, ou seja, dos serviços de inteligência de Islamabad, segundo Nova Délhi.
Desde os atentados de novembro contra a capital financeira indiana, Índia e Paquistão se enfrentam no campo diplomático, mas não adotaram oficialmente medidas concretas que possam resultar em uma guerra.