PARIS - A imprensa de todo o mundo manifesta nesta segunda-feira (05/01) preocupação com a situação dos civis em Gaza e pede à comunidade internacional que obtenha o fim da guerra, enquanto o Exército israelense prossegue com a ofensiva contra o movimento radical islâmico palestino Hamas.
"É indispensável atuar de imediato porque a indignação aumenta à medida que se acumulam as vítimas civis deste novo drama que os palestinos estão vivendo", afirma o jornal francês Le Figaro.
Além dos esforços da União Européia (UE) - com uma missão liderada pelo chefe da diplomacia tcheca e uma viagem do presidente francês Nicolas Sarkozy -, o jornal Liberation pede a intervenção do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, e dos países árabes.
"Obama deve ter o valor político de fazer pressão sobre Israel sem esperar a posse em 20 de janeiro. Os países árabes também devem pressionar o Hamas para acabar com a guerra", destaca o diário. "Dois povos compartilham o mesmo inferno", esta é a manchete da Tribuna de Genebra, que destaca ainda a densidade populacional de Gaza (1,5 milhão de palestinos em 362 km2).
O Il Messagero afirma que "Gaza tem fogo e sangue", assim como o restante da imprensa italiana, que considera a atual situação uma "tragédia" para os civis. Na Alemanha, o Suddeutsche Zeitung critica os esforços diplomáticos que apenas acentuam a frustração geral e não pressionam as partes em conflito.
Para o espanhol El País, "a dimensão dos meios mobilizados em Gaza só pode acabar com o desaparecimento total do Hamas, já que qualquer outra solução seria equivalente a uma derrota para Israel".
Para o Times de Londres não é possível alcançar uma paz duradoura enquanto o Hamas não reconhecer a existência de Israel. O jornal afirma ainda que Israel também deve ajudar a "melhorar a desastrosa situação de pobreza e desnutrição na Palestina".
"Israel deve manter uma aura invencível se deseja coexistir pacificamente com seus vizinhos árabes", afirma o Wall Street Journal, antes de lembrar que esta "aura" permitiu ao país alcançar a paz com o Egipto nos anos 70.
Para o paquistanês Nawa-e-Waqt, os países árabes e muçulmanos deveriam dar um ultimato aos Estados Unidos, Europa e ONU para as forças israelenses se retirem e um Estado palestino seja criado, sob a "ameaça de boicote econômico e social a todos os países que apóiam Israel".
No Irã, a imprensa chama de "traição" a passividade dos países árabes diante da ofensiva israelense em Gaza e pede o boicote dos interesses ocidentais. A imprensa marroquina destaca as manifestações em Rabat contra a ofensiva israelense.
Na Turquia, o jornal Milliyet afirma que "enquanto a máquina de guerra israelense derrama sangue sem piedade, a ira que desperta alimenta o radicalismo e ameaça a paz e a estabilidade no mundo inteiro".