HAVANA - O presidente de Cuba, Raúl Castro, declarou-se disposto a dialogar com o futuro presidente americano Barack Obama "sem intermediários" e em igualdade de condições.
"Gesto por gesto. Estamos dispostos a fazê-lo quando for, quando eles decidirem, sem intermediários, diretamente, mas não estamos ansiosos, não estamos desesperados", disse Castro, em entrevista à televisão oficial.
Raúl Castro, que já havia expressado em ocasiões anteriores sua disposição ao diálogo com Obama, destacou que o presidente eleito dos Estados Unidos, que assumirá no dia 20 de janeiro, poderá "fazer muito, poderá dar passos positivos" - embora não acredite que vá mudar a política hostil dos EUA. "Tomara que eu esteja equivocado em minha observação", afirmou.
"Vem aí um presidente que despertou esperanças em muitas partes do mundo - esperanças excessivas, creio, porque embora seja um homem honesto - e acredito que seja -, um homem sincero - e acredito que seja -, um homem não pode mudar os destinos de um país, muito menos dos Estados Unidos", ponderou Castro.
O presidente cubano admitiu, no entanto, que Obama "pode fazer avançar idéias mais justas, pode frear a tendência quase ininterrupta desde o surgimento dos Estados Unidos, de que quase todos os presidentes tiveram sua guerra ou suas guerras". "Continuaremos pacientemente à espera. Coisa incrível que, com o temperamento dos cubanos, apredamos a ter paciência", concluiu.