LONDRES - A gigante russa de energia Gazprom está buscando rotas alternativas para seu fornecimento de gás, para que a Europa não dependa mais da Ucrânia, anunciou nesta sexta-feira o vice-presidente da companhia, Alexander Medvedev, em entrevista à rede britânica BBC.
"Acreditamos ser preciso desenvolver, o mais rápido possível, rotas alternativas, e esperamos que a Europa dê os passos necessários para realizar este projeto", afirmou Medvedev.
O vice-presidente da Gazprom iniciou uma viagem por várias capitais européias em busca do apoio dos países do velho continente na disputa entre Rússia e Ucrânia sobre a questão do fornecimento de gás.
No dia 31 de dezembro, a Gazprom decidiu cortar o fornecimento de gás para a Ucrânia como resposta ao não pagamento de uma dívida. As duas partes expressaram seu compromisso de garantir o abastecimento para a Europa, mas alguns países, como a Polônia, já registram uma queda na quantidade de gás fornecido.
Em entrevista à BBC, Medvedev - que não tem nenhuma relação familiar com o presidente russo, Dimitri Medvedev - negou que a Gazprom esteja forçando um conflito com a Ucrânia, acrescentando que sua empresa continua disposta a negociar, apesar de não encontrar negociadores em Kiev.
"Estamos preparados para manter negociações dia e noite, mas eles provavelmente têm outras coisas para fazer além de resolver este problema, já que não estão em Moscou", disse.
A Gazprom já está construindo dois novos gasodutos: um ao norte, que vai do porto báltico russo de Vyborg a Greifswald, no norte da Alemanha, e outro mais ao sul, que percorre o Mar Negro até a Bulgária, onde se bifurca, seguindo para a Áustria e para a Grécia.