O Irã advertiu hoje Israel a não iniciar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Em várias capitais do mundo islâmico, espalharam-se manifestações contra a ofensiva do estado judeu, iniciada há sete dias. Também ocorreram manifestações contrárias à ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza nas Filipinas, Turquia, Suíça, Rússia e África.
Em Teerã, cerca de 6 mil pessoas marcharam da Universidade de Teerã até a Praça de Palestina, aos gritos de "morra Israel" e "morram os Estados Unidos", além de queimar bandeiras israelenses. Os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres "Não matem as crianças" e "Um verdadeiro holocausto acontece em Gaza", enquanto outros prometiam "lutar e defender Gaza".
O aiatolá Akbar Hashemi Rafsanjani afirmou no sermão das sextas-feiras a milhares de pessoas que a derrota militar israelense em Gaza seria um "escândalo" para o governo de Israel e que, mesmo que o governo do Hamas na Faixa de Gaza caia, a "resistência" palestina aumentará. As manifestações começaram pouco depois das orações de sexta-feira em Teerã, Cairo, Amã e Damasco. Protestos similares têm sido realizados quase diariamente desde sábado, o início da ofensiva.
Na capital da Jordânia, Amã, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e entrou em confronto com os manifestantes que tentavam chegar à embaixada israelense. Várias pessoas foram detidas. O governo do Egito, por sua vez, adotou rígidas medidas de segurança para evitar os protestos.
Centenas de policiais rodearam a mesquita de Al-Azhar, no Cairo, onde haveria uma marcha. Na cidade de el-Arish, no Norte da Península do Sinai, mais de 3 mil pessoas se manifestaram. Na fronteira com Gaza, dezenas de beduínos dispararam suas armas para o ar na aldeia de Rafah.
Em Damasco, na Síria, cerca de 2 mil pessoas se manifestaram no acampamento de refugiados palestinos de Yarmouk, empunhando bandeiras palestinas aos gritos de "a jihad nos unirá" e queimando uma bandeira israelense. Em Istambul, maior cidade da Turquia, cerca de cinco mil pessoas protestaram contra os bombardeios israelenses perto de uma mesquita histórica da cidade. Foram queimadas bandeiras de Israel e dos Estados Unidos. A Turquia é o aliado mais próximo de Israel no Oriente Médio
Moscou
Também houve protestos em Moscou, onde dezenas de pessoas se concentraram em frente à Embaixada de Israel para exigir o fim dos ataques. Mas o protesto não recebeu autorização municipal, segundo o porta-voz da polícia local, Vladimir Paklin, e 37 pessoas foram detidas. Em Berna, capital da Suíça, centenas de pessoas fizeram uma passeata condenando os bombardeios israelenses.
Demonstrações menores ocorreram em Londres e Paris. Na capital da Indonésia, Jacarta, mais de 10 mil muçulmanos protestaram diante da embaixada dos Estados Unidos, acompanhados de falsos foguetes com os dizeres "Alvo: Tel-Aviv, Israel". Em Cabul, no Afeganistão, milhares de pessoas realizaram um protesto parecido, no qual queimaram bandeiras de Israel e gritaram contra os Estados Unidos.