O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (30) ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que solicite ao primeiro-ministro da França, François Fillon, uma reunião de emergência para discutir os ataques na Faixa de Gaza.
Lula fez duras críticas a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito e também ao presidente dos Estados Unidos, George Bush. "Nós do Brasil vamos trabalhar para fazer um esforço grande junto aos outros países, para ver se a gente encontra um jeito daquele povo parar de se matar, de se violentar, porque também não pode apenas os Estados Unidos ficar negociando, porque já provou que não dá certo", disse.
Sobre a ONU, o presidente afirmou que a entidade não tem ;coragem; de enfrentar a situação e responsabilizou os Estados Unidos pela falta de efetividade da organização.
;O que está provado é que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão e colocar paz naquilo lá. E não tem coragem porque os Estados Unidos têm o poder de veto, portanto, as coisas não acontecem;.
O presidente lembrou que haverá eleições em Israel no próximo ano e falou sobre o risco de o pleito influenciar a decisão de fazer guerra, tal como ele afirma ter ocorrido nos Estados Unidos em relação ao Iraque.
;Tem eleições no próximo ano e temo que a pessoa com a pesquisa na mão, achando que deve atacar, faça o que o presidente Bush fez na guerra do Iraque. Ele tinha a pesquisa de que os americanos eram favoráveis e fez a guerra para ganhar a eleição no segundo mandato;.
As declarações foram feitas durante discurso em Recife, onde Lula inaugurou a primeira etapa de um parque que leva o nome de sua mãe, Dona Lindu. Aos presentes, Lula pediu palmas em favor da paz no Oriente Médio e fez um apelo para que palestinos e israelenses construam a ;paz definitiva;.